A dívida total dos 15 maiores clubes brasileiros, até o último balanço oficial, com dados de 2011, passava de R$ 3,2 bilhões. O número é 70% maior que o de 2008, ano em que o governo federal resolveu oferecer uma ajuda às agremiações, por meio da Timemania. Apesar do suporte, as diretorias, mesmo com receitas maiores, fizeram o pacote de dívidas crescer, por falta de controle de gastos.
A fórmula era simples: os clubes confessariam seus débitos, refinanciariam as dívidas fiscais, se comprometeriam a pagar em 240 parcelas e, além disso, parte do dinheiro das apostas serviria para abater o que deviam – na época, a expectativa era de arrecadar R$ 500 milhões por ano com a loteria. Cinco anos depois do lançamento, o programa é considerado um fracasso e pouco ajudou na saúde financeira do futebol, segundo dirigentes de clubes e especialistas.
– O principal fracasso dela foi a adesão. O governo, na época, acreditava que seria um verdadeiro sucesso. O torcedor jogaria para ajudar o time dele, mas o fato é que isso não ocorreu – afirmou Carlos Aragaki, sócio da Mazars Auditores e especialista em auditoria de clubes.
O Corinthians, em seu balanço mais recente, de 2012, mostra que o valor arrecadado na Timemania foi de apenas R$ 2 milhões, pouco em relação ao total de R$ 177,1 milhões do endividamento.
Diante deste cenário, o Ministério dos Esportes tenta uma nova empreitada. Recentemente, a pasta decidiu apadrinhar um projeto do deputado federal Vicente Candido (PT-SP), que tem o mesmo objetivo da Timemania. Sem loteria, a ideia, ainda em estudo, é ter contrapartidas sociais, incentivo ao esporte olímpico e penalidades desportivas para os clubes e cíveis para os presidentes.
– Um projeto como esse precisa ser feito junto com os clubes ou não vai funcionar – disse Cristiano Kohler, diretor geral do Vasco.
– Somos inteiramente a favor disso. Vai ser uma forma de resgatar o desenvolvimento de atletas olímpicos – afirmou Sérgio Landau, diretor executivo do Botafogo.
Fonte: De Prima
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