A retomada veio, literalmente, a toque de “Caixa”. Apenas cinco meses após exorcizar seus fantasmas elegendo nova diretoria, o Flamengo caminha para reassumir o posto de “camisa mais valiosa do Brasil”. A apresentação da Caixa Econômica Federal como nova patrocinadora, na tarde de ontem, foi à forma encontrada pelo mercado de sinalizar que a confiança quanto à marca rubro-negra vem sendo retomada.
Os R$ 25 milhões/ano pagos pela estatal são, em termos absolutos, inferiores aos R$ 30 milhões repassados ao Corinthians, mas nos paulistas o banco ocupa os dois espaços nobres (frente e costas). Ao somarmos as mesmas propriedades – R$ 10 milhões da Peugeot às costas – os flamenguistas totalizam R$ 35 milhões, além de outros R$ 2,5 milhões por parte da Tim. No total, a expressiva marca de R$ 37,5 milhões em patrocínios. Insuficientes para destronarem os R$ 44 milhões do Corinthians, mas as mangas rubro-negras sem anunciantes indicam que, em breve, este ranking deve possuir novo líder.
A escalada da imagem do Flamengo é impressionante se considerarmos dois fatores. Primeiro, a rapidez com que o choque de credibilidade o reconduziu à condição que lhe costumava ser de direito. Há menos de seis meses, ainda sob a lastimável administração Patrícia Amorim, o Fla ocupava apenas a sétima posição no ranking de patrocínios. Com uma marca a mais, a receita equivalia à metade da atual.
Em segundo lugar vem a inevitável comparação com o Corinthians. No auge da exposição ao defender seu título continental, o alvinegro vem sendo aquele a quem o mercado atribui maior valor. Já o Flamengo vive situação oposta. Perdeu o título estadual sem disputar uma final de turno sequer, enquanto caça níqueis nas esvaziadas fases iniciais da Copa do Brasil. É de se imaginar como seriam as coisas se os momentos de ambos se invertessem.
Curiosamente, apesar dos maus resultados em campo, fora a fase do Flamengo é promissora. Apesar de apresentar um projeto considerado aquém do desejado, a resposta da torcida passa longe de decepcionar. Com quase 19 mil sócios-torcedores, o clube já garantiu injeção líquida de R$ 11 milhões em seus cofres. Isto com poucos benefícios e nenhuma informação acerca do estádio em que exercerá mando de jogo. O foco em atletas baratos e a agressiva política de corte de despesas organizam as finanças apesar da inacreditável herança de R$ 750 milhões em débitos de gestões anteriores.
Naturalmente, nem tudo são flores do reino da Gávea. Impecável em termos administrativos, jurídicos e nas negociações, o clube ainda tem que melhorar em termos de marketing. A escassa criatividade se soma ao pouco caso mediante interessados em investirem no clube – como apurou o Blog Teoria dos Jogos. Além disso, o apoio da torcida se tornará improvável em caso de novas derrocadas no segundo semestre. Atualmente, o elenco à disposição do técnico Jorginho aparenta aptidão às menores pretensões na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.
O desafio está lançado. É de se esperar que empresários calejados saibam lidar com toda a pressão que o momento proporciona. O resgate do orgulho rubro-negro, não restam dúvidas, configura um processo em curso. Que será menos demorado à medida com que cifras somarem-se a troféus.
Um grande abraço e saudações!
Fonte: Blog Teoria dos Jogos
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