Cosme Rímoli comenta parceria da Caixa com Flamengo e Corinthians.

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As duas torcidas estavam eufóricas, discutiam nas ruas, nos bares, na Internet. Corintianos e flamenguistas duelavam para qual uniforme vale mais. Vantagem dos paulistas por R$ 1 milhão. A quantia seria para despertar inveja. Nada menos do que R$ 74 milhões por ano, contra R$ 73,1 milhões do carioca.
Mas R$ 56 milhões nesta conta são para envergonhar. R$ 31 milhões ao Corinthians e R$ 25 milhões ao Flamengo. Milhões de uma estatal. A Caixa Econômica Federal. Todo o dinheiro que possui é público. É o maior banco da América Latina.
O decreto-lei que a define é claro, é de 12 de agosto de 1969. A sua missão não deixa dúvidas. “Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. Como instituição financeira, agente de políticas públicas, e parceira estratégica do Estado brasileiro.”
Seu patrimônio líquido é de R$ 21,9 bilhões, e é controlado pelo Ministério da Fazenda. Guido Mantega é o ministro, escolhido por Dilma Rousseff. O caminho é simplista, e cruel.
O governo, o Partido dos Trabalhadores, decidiu: Abriu os cofres da Caixa para os dois clubes mais populares do País. O que deveria ser um escândalo, virou banalidade.
Oportunidade. Palmeiras, Santos, São Paulo e ASA de Arapiraca estão na fila. Querem seu quinhão do dinheiro público. Assim como já recebem Avaí, Figueirense e Atlético Paranaense.
Um absurdo em relação aos outros clubes. Ou o PT abre seus cofres para todos as equipes ou para nenhuma. É um privilégio maior do que possa parecer, desequilibra o futebol no país. Uma intervenção com todo interesse por trás.
No ano que vem acontecerão eleições gerais no País. É evidente o que os clubes populares vão desejar. A manutenção do status quo. Ou seja que o mesmo governo seja reeleito. Para garantir as regalias que conseguiram. Quem sabem até mais.
Só que houve a reação. O advogado Antonio Beiriz acaba de entrar na Justiça. Ele já conseguiu barrar o patrocínio dado pela Caixa ao Corinthians. Entrou com uma ação para travar o dinheiro dado da estatal ao Flamengo.
O caminho foi rigorosamente o mesmo. A justiça do Rio Grande do Sul vai se manifestar. E a tendência é que faça o mesmo em relação ao clube paulista. Se travou os R$ 31 milhões do Corinthians… Vai travar os R$ 25 milhões do Flamengo.
A alegação do advogado é clara. “A propaganda é ilegal. A Caixa Econômica não pode patrocinar times particulares, que visam lucro. Isso infringe a Constituição Federal. Como a Caixa é empresa pública. O dinheiro totalmente da União, de impostos, fundo de garantia. Ela só pode fazer propaganda institucional, informativa… E não é um nome estampado na camiseta que remete a isso.” A justificativa foi aceita, e desde março o Corinthians não recebe.
O advogado gaúcho entrou hoje com a ação para impedir o Flamengo de receber. A situação é a mesma. Outra vez a festa pode virar velório. A pressão do governo federal deverá ser imensa. Ninguém rasga dinheiro sem o conhecimento na Caixa. Não sem o conhecimento de Guido Mantega.
Há o interesse federal do dinheiro chegando aos clubes. Para que o clima em 2014 seja o melhor possível. A direção corintiana já tem um amplo relacionamento com a Caixa. A empresa está ajudando na liberação do empréstimo do BNDES. Serão R$ 400 milhões para a construção do Itaquerão. E mais, a estatal negocia pagar R$ 400 milhões para batizar o estádio.
Muita gente vê a participação do ex-presidente Lula nessa aproximação. “O Lula é um despachante de luxo, é um intermediário. Não só nesse caso da Caixa e Corinthians. Mas de empréstimos como para Eike Batista, Odebrecht… Ele vai com a faixa presidencial cravada no peito ainda.”
As acusações são do advogado Antônio Beiriz. O homem que está enfrentando a estatal. Impedindo que seu dinheiro banque o Corinthians. E que também fará tudo para que não chegue ao Flamengo.
O princípio é justo. Ou o dinheiro chega para todos os clubes ou para nenhum. Privilégio com dinheiro público é inadmissível. E mais importante. Nada acontece por acaso neste País…
Fonte: Blog do Cosme Rímoli

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