Para Arthur Muhlenberg, flamenguistas tem que se tocar para a realidade econômica do Clube.

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Tomo bastante cuidado pra não me empolgar com essas peladas iniciais da Copa do Brasil. Os pequenos times que enfrentam o Flamengo até que se esforçam, mas estão longe de serem verdadeiros desafios para quem tem por obrigação ser sempre o melhor do mundo. E quando temos a consciência do quão longe estamos de sê-lo, esses joguinhos como o de ontem não servem sequer pra nos iludir e mitigar a nossa carência. A torcida do Flamengo está carente de glórias, de craques e de ídolos.
Por causa dessa carência mal disfarçada se justificam as toneladas de confete lançadas sobre Renato Abreu após seus dois gols de falta sobre o bem vestido esquadrão de Campina Grande. Na opinião de muita gente Renato e sua lentidão não tem mais espaço no time do Flamengo. Eu mesmo sou um dos que acham que seu ciclo na Gávea poderia ter se encerrado sem maiores dramas após nossa desclassificação nas oitavas da Libertadores de 2007. Mas agora não adianta pegar no pé dele. É até mau caratismo não admitir que enquanto não parecer no elenco algum jogador com maior efetividade que o Canelada a vaga no meio campo é dele.
Claro que de titular desse Flamengo a ser ídolo vai uma distância colossal, mas não se pode criticar quem o endeusa. Cada um com seu cada um e todos juntos no Projeto Vida: cada um cuida da sua. Renato Abreu é seu ídolo, beleza, seja feliz porque é seu direito. Particularmente fico muito preocupado quando Renato passa a ser a referência técnica do time do Flamengo. Acredito que por melhor que seja a fase em que Renato esteja essa é uma responsabilidade muito maior que o seu futebol.
Talvez muita gente não se importe com o fato de que o Flamengo precisou de duas bolas paradas pra vencer o Campinense, o que considero um indício fortíssimo de que nosso time não tem nenhuma jogada forte além do burocrático e ineficiente cruzamento pro bolo e que ainda depende unicamente dos lampejos individuais pra sair do sufoco. Lampejos cuja ocorrência, todos sabem, é bastante incerta.
Claro que adoraria ver o Flamengo no Maracanã daqui a duas semanas, ainda mais sabendo que isso vai provocar faniquitos infinitos em Laranjópolis. Mas ontem torci muito pelo nosso terceiro gol porque quanto antes começarmos a Inter temporada melhor. Até porque o Flamengo não precisa do novo Maracanã, é o novo Maracanã que precisa ser testado. Não precisamos ter pressa, tudo indica que o estádio de 1 bilhão de reais vai continuar a ser nosso.
Temos conhecidas debilidades nas laterais, na zaga, no meio e no ataque. Debilidades que não serão sanadas apenas com a chegada de reforços, vai ser preciso ralar muito nos treinos pra que tenhamos um time capaz de não passar maiores vergonhas no Brasileiro. Esse time do Jorginho, e o próprio Jorginho, precisam trabalhar muito pra alcançar o nível que a torcida espera.
E a torcida do Flamengo precisa urgentemente se tocar da realidade econômica do clube. Estamos com o dinheiro contado, devendo até as calças e é evidente que não teremos grandes contratações esse ano. Muitas vezes o torcedor do Flamengo se perde nas suas justificadas aspirações de grandeza e despreza a realidade dos fatos. O suposto patrocínio da Caixa, de 25 milhões por ano pela frente da camisa é muito dinheiro. Muito mais do que o clube conseguiu arrecadar nos últimos 3 anos.
Na moral, o torcedor do Flamengo que diz que um patrocínio de 25 paus por ano é pouco deve ser o mesmo que acha que o sócio-torcedor de 40 reais é muito.

Fonte: Urublog

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