Arthur Muhlenberg defende continuidade do trabalho da atual gestão.

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Perder pro ex-lanterna do campeonato (o lanterna agora é u galu) não foi legal. O caldeirão ferveu na hora. Jorginho, o lado fraco da corda, arrebentou e vazou. Assim, para o sumo deleite dos desempregados, se abriram os trabalhos especulativos sobre quem será o novo técnico do Mengão. Os nomes ventilados são os de sempre, tão de sempre que até estranhei a ausência do Joel nas listas.
O Flamengo demitir o treinador depois de uma derrota não é nenhuma novidade, é daquele tipo de notícia que todo ano se repete, tipo a ressaca nas praias do Rio na Semana Santa. Até agora o enfoque mais interessante do fato é o que percebe a contratação do próximo treinador como mais um round na luta entre as correntes de pensamento no núcleo duro da administração rubro-negra. Suspeita-se de que por lá nem todos comungam da ideia de que o orçamento é o rei e existe quem reivindica a primazia do futebol sobre todas as coisas flamengas.
Numa hipotética soberania do futebol, com a administração orientada para os resultados dentro de campo, a reestruturação econômica, o pagamento das dívidas e a recuperação do bom nome do Flamengo na praça não deixariam de ser metas a serem alcançadas, mas se submeteriam às necessidades, sempre dinâmicas e de dificílima previsão, do time de futebol. O que significaria, em bom português, gastar agora um dinheirão que não se tem para trazer um treinador caro pra trabalhar com um elenco de qualidade duvidosa que não foi sequer montado por ele.
Olha, sinceramente, não me arrisco a dizer qual é a melhor politica por realmente não ter certeza. Pode ser que um técnico incensado pela imprensa, com moral e respaldo da diretoria, dê seu jeito e faça da nossa mulambada um time honrado. E pode ser que um técnico meia boca, mesmo sem muita moral, mas com respaldo da diretoria, consiga fazer o mesmo que o treinador caríssimo, por um quinto ou um sexto do preço. Mas é tudo aposta.
A certeza que eu posso ter é que essa galera que hoje manda no Flamengo foi eleita cavalgando um projeto. Um projeto que se distinguia do  projeto dos concorrentes por ser frontalmente contrário às velhas práticas da cartolagem. Principalmente em relação à gastança desenfreada e à contração de dívidas irresponsavelmente deixadas no pendura pros próximos presidentes pagarem. Como eleitor dessa galera me sentiria bastante decepcionado se depois de eleitos, e após apenas seis meses de perrengue, eles jogassem o projeto no lixo e começassem a se portar como patronos de escolas de samba.
A pressão que a diretoria sofre é brutal e diária, vocês que não são associados do clube não fazem ideia da quantidade de supostos torcedores que, de dentro do clube, torcem contra o Flamengo. Esses caras, na sua grande maioria derrotados no último pleito, passam os dias criando e alimentando crises, fazendo de tudo pra desestabilizar quem os derrotou nas urnas. Que desperdício de tempo e energia. Tanto time pequeno precisando de torcedor pequeno e esses caras torcendo pro Flamengo perder.
Lógico que é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a faxina administrativa e os resultados do futebol. Aquelas antiquadas superstições gerenciais tão desprezadas nos últimos anos (não gastar mais do que se ganha, pagar salários, dívidas e impostos em dia, etc.) tem que continuar a serem seguidas. E o futebol não pode passar vergonha. Se a bola não entra pode por tudo a perder, mas que não se permita a volta da porra-louquice.
Não dá pra embarcar na onda catastrofista dos corneteiros sem noção. Entrar em desespero por causa de rebaixamento na 4ª rodada de um campeonato com 38 jogos é como se mudar correndo pra Petrópolis hoje à tarde por causa do descongelamento da Antártida e o aumento do nível dos oceanos. Amanhã tem jogo duríssimo com o Criciúma na terra do churrasco, quer dizer, na terra do carvão pra churrasco, e com o time sob o comando de Jaime de Almeida só uma coisa é certa: independente do resultado ele não será efetivado. Depois umas férias de Flamengo que, pelo menos na torcida, estamos merecendo.
Não é a primeira vez que espoca um crise na Gávea, as crises são parte da nossa história. Mas se tem uma coisa que aqui do lado de fora nós já aprendemos é que as crises não se resolvem com contratações de impacto. Essas contratações milionárias feitas com a corda no pescoço só servem pra postergar a resolução dos verdadeiros problemas. A diretoria tem que se manter firme nos seus propósitos e nas suas promessas de campanha. Sem desprezar, mas sem dar muita atenção ao mimimi que grassa em redes sociais e em listas de discussão. Perdoem nossos xiliques, pois somos torcedores.
Mantenham o rumo. O Flamengo é grande demais e importante demais para vocês deixarem que os torcedores, sejam os do contra ou os a favor, o administre.
Fonte: Urublog

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