Dentro de campo, o confronto entre México e Itália, no Maracanã, mostrou o que o Brasil terá pela frente na Copa das Confederações. Acostumados a fazer análises das partidas, os comentaristas André Loffredo e André Rizek também observaram o comportamento do público, das arquibancadas. O dois estiveram no estádio na tarde de domingo, e saíram satisfeitos com o que viram, especialmente com a postura dos torcedores.
– No estádio, torcedores do Flamengo cantavam “Mengo”, depois os vascaínos cantavam “Vasco”, os tricolores “Nense”, os botafoguenses “Fogo”. E ninguém se bateu por causa disso. Foi um ambiente fantástico, com vaia e provocação como tem que ser o futebol – considerou André Rizek.
Depois de ver os torcedores rivais convivendo em paz, tanto no estádio quanto nos acessos, o comentarista afirmou que o maior desejo é que isso também possa ser visto fora da Copa das Confederações, em competições que envolvam clubes e não seleções.
– A gente podia fazer um esforço danado para que esse ambiente que a gente viu no Maracanã possa prosseguir também em algo muito mais importante, que é nosso futebol jogado aqui, no dia a dia – afirmou.
O jornalista contou que muitos torcedores que estiveram no Maracanã compartilharam o mesmo desejo.
– Saindo do estádio, o que eu mais ouvia era lamentações do tipo: que pena que quando acabar a Copa do Mundo não vai mais ser assim. Só depende da gente ser assim, ser civilizado. E acho que isso não tem nada a ver com o valor do ingresso que é cobrado, Desde que a gente trate bem o torcedor, da saída de casa até o estádio, que eduque e consiga punir os vândalos e maus torcedores. Não é uma questão de classe social – afirmou.
André Loffredo também gostou do que viu. Para o jornalista, o exemplo da Copa das Confederações demonstra que é preciso organização para que o ambiente visto no Maracanã se repita quando o evento terminar e o estádio voltar a receber jogos de clubes.
– Sabemos que a Copa das Confederações é um evento que elitiza. Esperamos que o futebol brasileiro não precise ser tão elitizado, cabem todas as classes sociais nos estádios brasileiros. Colocar pessoas das classes menos favorecidas não significa que você não possa organizar o evento de maneira que não seja violento. Esperamos que no Campeonato Brasileiro, com nosso público normal de estádio, funcione da mesma maneira – disse.
Fonte: SporTV