Tem cadeira, banheiro limpo, pipoca a 10 reais, refrigerante a 7. Tem telão em hd, campo ali pertinho, orientador na entrada e na saída.
O placar fala 2 línguas. Mas não fala a minha.
O Maracanã é um bonito estádio inglês. Quem fica perto do campo paga mais caro pra ver o jogo bem pior, que era o conceito da Geral.
Inverteu. Agora é “legal” ver o cara mais perto, mesmo que isso lhe custe não entender nada do que se passa do outro lado.
Tem um puta nome, um gramado perfeito, uma carinha de novo. Mas não me diz nada.
Não tem alma, não tem nada meu. É padrão.
Quem se apaixona por algo padrão?
Se novo, na Barra, chamado de “Arena da Barra”, seria lindo. Mesmo ali, ainda é. Mas é um campinho de futebol, só isso.
O campo é pequeno, a arquibancada é pequena, o gigante encolheu.
Mas gigantes não encolhem, anões não crescem.
Mitos nunca morrem.
Então que diabos é isso que estou sentindo ao ter realizado o sonho de ir com meu pai no Maracanã e ter voltado pra casa com a sensação de não ter ido a lugar nenhum?
Gostou, Rica?
Gostei.
Gostou do Maracanã?
Que Maracanã?
Não é saudosismo não. É frio, padrão, comum.
O Maracanã pode até ser demolido. Mas “comum”, nem a pau.
Conseguiram.
Que puta cagada.
E pra uma cagada, até que ficou bom.
Me diverti. Não me emocionei.
Isso é grave.
Talvez a nova geração que já cresceu no pay per view não entenda. E eu os entendo.
Mas quem cresceu onde o futebol de fato é futebol, ou seja, dentro do estádio, me entende.
As pessoas lá dentro não eram torcedores de futebol. Eram pessoas, não necessariamente os “legitimos donos” do Maracanã.
Eles não vão voltar quando não tiver um grande evento. O problema é que talvez nem nós voltemos.
Afinal, fizeram do nosso boteco um restaurante fino.
Queríamos só um barzinho.
Não precisava tanto.
A conclusão? “Sei lá”.
Não adorei, nem odiei. Não me causou nada.
É mais um estádio, igual a todos. Só isso.
Fonte: Blog do Rica Perrone