Após uma reforma marcada por superfaturamento e polêmicas em diversos aspectos, o Maracanã voltará a receber jogos a partir do clássico entre Fluminense e Vasco, marcado para o dia 21. O Fluminense, inclusive foi o primeiro a anunciar o acordo de 35 anos para utilização do estádio.
O Flamengo veio em seguida, nesta sexta-feira (12/7), com um tempo bem menor (apenas seis meses), porém com participação nos lucros do estádio e a utilização de todo os 78 mil lugares, e não uma porcentagem como no caso do Fluminense.
Duas perguntas, no entanto, ficam no ar: que torcida será esta no novo estádio? O consórcio e os clubes conseguirão se equilibrar entre os objetivos de lucro e a utilização do estádio para o seu fim maior, que é o futebol?
Tais perguntas surgem analisando os setores oferecidos pelo consórcio ao Fluminense nesta quinta-feira, dia da assinatura do contrato entre as partes, e dos preços dos ingressos das áreas que pertencerão ao consórcio. O Tricolor terá direito a 43 mil ingressos (56% do total do estádio, de 78 mil pessoas), divididos nos dois setores atrás dos gols. As laterais das arquibancadas, com preços já divulgados entre R$ 110 e R$ 220, pertencem ao Maracanã S.A.
Além disso, o Consórcio também prepara algumas proibições que os frequentadores antigos certamente estranharão: além de um termo de ajustamento de conduta (TAC), visando a segurança, haverá a proibição da entrada de instrumentos musicais, bandeirões e o pedido aos clubes para que trabalhem junto aos torcedores por mudanças de hábitos, como não assistir aos jogos em pé ou sem camisa, atitudes que eram quase regra no Maracanã até 2010, quando o estádio foi fechado para reformas.
Os eventos musicais, outra fonte de renda para as novas arenas que surgem em todo o Brasil, também podem atrapalhar o espetáculo do futebol. Uma semana antes da partida entre Flamengo e Coritiba, na volta pelo campeonato brasileiro, um show no Mané Garrincha deixou o gramada em péssimas condições. E o que se viu no dia do jogo foi uma continuação disso: grama em péssimo estado de conservação, com muita areia e dura em certos pontos. Isso após a assessoria da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) afirmar que a condição do gramado estaria própria para o jogo.
Fonte: Jornal do Brasil