A receita dos clubes representada pelos sócios-torcedores –número que este ano saltou de 362 mil para mais de 500 mil, impulsionado pelo “programa de fidelidade” liderado pela Ambev–, bate valores de contrato de TV, patrocínio e espaço na camisa.
A explicação da rápida escalada do número de sócios-torcedores passa pelo bolso. Até a virada do ano, as vantagens do sócio frequentemente se referiam à ida ao estádio, com compra antecipada de ingresso e descontos.
Porém desde a criação do programa da Ambev, este ano, sócios-torcedores dos clubes que aderiram têm descontos em uma cesta com mais de 600 produtos ou serviços de dez empresas. A soma dos descontos pode superar o valor da mensalidade.
“A receita com os sócios-torcedores representa hoje mais do que o que recebemos de direito de TV ou patrocínio”, comemora Gilvan Tavares, presidente do Cruzeiro que, percentualmente, assistiu o maior crescimento no número de sócios-torcedores entre os clubes participantes.
“[O sócio-torcedor] representa muito mais do que recebemos com patrocínio de camisa. E a tendência é aumentar, porque o sócio-torcedor alavanca a bilheteria”, argumenta Gilvan, que revelou que seu clube arrecada R$ 3 milhões mensais dos sócios.
Com esse influxo de dinheiro dos sócios-torcedores, contratou Dedé e Souza.
Com vantagens não relacionadas à ida aos estádios, a tendência é a adesão de torcedores de outros estados. É uma das apostas do Flamengo, cuja arrecadação com o sócio-torcedor atualmente só perde para o patrocínio master e fornecedor de material.
“A arrecadação do sócio-torcedor tornou possível a contratação do [atacante] Marcelo Moreno e do técnico Mano Menezes. Dependemos do aumento do programa para chegarmos a mais reforços”, afirma Fred Luz, diretor de marketing do Flamengo.
A meta traçada pela Ambev é chegar à marca de um milhão de sócios-torcedores até o fim do ano. Seus executivos lançam mão de números de fora do país para mostrar o potencial do programa.
“O Internacional, melhor clube nacional em quantidade de sócios-torcedores, tem 2% dos torcedores como sócios. Já o Benfica, que é o melhor do mundo, tem 4%”, compara Ricardo Roza, gerente corporativo da Ambev.
Fonte: Folha de São Paulo