Chega ao estádio com as imagens de São Judas e São Felipe enroladas em uma toalha. No vestiário, coloca-os em cima de uma cadeira com a camisa do jogo por baixo. “Eu não troco a camisa no intervalo. Me dá proteção durante o jogo.”
PÓ DE PEMBA
Antes de colocar as luvas para o jogo, o goleiro passa um pó na mão. “É um pozinho que minha mãe me dá. Chama pemba. Os mais antigos falam que protege.” A pemba é o giz usado no candomblé para riscar no chão os pontos que devem atrair o santo, a alma, o protetor que deverá comandar o trabalho. Seu pó pode ser utilizado em magias e, segundo uma lenda das tribos africanas bacongo e congos, traz benefícios e proteção a quem o utiliza.
LUVAS
Para o aquecimento, Felipe coloca primeiro a luva na mão esquerda e depois na direita. Aquece, volta para o vestiário, se troca. Quando é para entrar para o jogo, inverte a ordem — primeiro a luva direita e depois a esquerda.
CAFÉ
Segundo o preparador de goleiros do Corinthians, Mauri Lima, Felipe tem um momento especial antes dos jogos. “Sempre antes de se trocar ele pegava um copinho de café e ficava com o olhar fixo.” Felipe confirma. “Tomo muito café. Até no intervalo eu tomo. Quando está todo mundo fazendo aquela bagunça, conversando antes do jogo, eu estou concentrado ali, tomando meu café e focado no jogo por alguns minutos.”
UNIFORME E ACESSÓRIOS
Só joga com a chuteira e a luva da cor da camisa de goleiro. “Hoje a camisa [de goleiro] do Flamengo é azul, então jogo com a luva e a chuteira azul e branca.”
TERÇO
Felipe deixa um terço dentro do gol que defende. Ora sempre após as partidas: “Agradeço, independentemente do resultado. Algumas dessas coisas faço desde o tempo da base. Não ganha jogo, mas peço principalmente proteção”.
“No Corinthians a gente mantinha as coisas e fazia sempre igual como ele gostava. Foi o goleiro que mais chamou a minha atenção com seus rituais” – Mauri Lima, preparador de goleiros do Corinthians
Fonte: Placar