Sem estádios na cidade do Rio de Janeiro, a diretoria do Flamengo resolveu levar os jogos com mando de campo do time para fora do Estado em busca de grandes receitas com bilheteria. E já nos três primeiros jogos do rubro-negro “em casa” na competição, o resultado foi atingido fora das quatro linhas, com mais de R$ 3,3 milhões de renda total nas partidas contra Ponte Preta (Juiz de Fora), Náutico (Florianópolis) e Coritiba (Brasília).
Com uma média de R$ 1.107.101,33 por jogo e um aumento de 305% em relação aos outros jogos do Flamengo em casa (média de R$ 273.405,18 nos primeiros 11 jogos), o clube quadruplicou a arrecadação dos jogos. Dentro de campo, porém, a realidade é completamente distinta.
Nos mesmos três jogos que conseguiu multiplicar a renda, o time da Gávea teve um desempenho pífio, contribuindo inclusive para a campanha que colocou o time na zona do rebaixamento, em 18º lugar. Com apenas 11% de aproveitamento, o Flamengo conquistou apenas um ponto dos nove disputados em partidas com o mando de campo no Brasileiro.
“O Brasileiro é muito difícil. Conhecemos bem essa competição, e sabemos que precisamos melhorar nosso aproveitamento dentro de casa. É nossa chance de somar pontos importantes”, alertou o lateral Léo Moura, capitão e líder do time.
E se o desempenho abaixo do esperado dentro de campo impressiona, a arrecadação do Flamengo nas primeiras partidas chama a atenção. Em três jogos, foram R$ 3.321.304,00 (montante impulsionado pelos R$ 2,7 milhões do jogo contra o Coritiba, no último sábado), valor superior ao total de R$ 3,07 milhões dos outros 11 jogos do rubro-negro com mando de campo na temporada.
Boa parte deste dinheiro, porém, não vai para os cofres do Flamengo. Com problemas de penhora, e taxas a serem pagas à Federação do Rio e administradores do estádio, o rubro-negro tem ficado com pouco menos de 50% da renda dos jogos.
No confronto contra a Ponte Preta, o primeiro fora do Rio com mando de campo no Brasileiro, o Flamengo ficou com apenas R$ 142.630,00 dos R$ 353.115,00 arrecadados na bilheteria. Contra o Náutico, em Florianópolis, apenas R$ 78.992,74 de R$ 263.189,00 foi para os cofres da Gávea. Contra o Coritiba, na partida de R$ 2,7 milhões de renda, o clube da Gávea embolsou R$ 1.370.282,55.
Ainda assim, o desempenho nas finanças supera o do time de Mano Menezes. Resta saber, agora, se parte das receitas será investida para reforçar a equipe e evitar que o Flamengo seja “apenas” um campeão de bilheteria com aproveitamento de rebaixado diante de arquibancadas lotadas no Brasileiro.
Fonte: UOL