Não adianta brigar com o destino. É vocação.
O Maracanã dos iphones, ingressos de teatro e pipocas de cinema não parece, mas ainda é o Maracanã.
Reaberto com um torneio redentor pra seleção. Numa final épica que determinou quem ainda manda no futebol do mundo. E quando entregue aos clubes recebe os 4 filhos queridos logo de cara.
Primeiro a vitória do Vasco contra o Flu, um jogaço. Agora foi a vez dos lideres do campeonato enfrentarem a tal “massa rubro-negra”.
E não adianta, não tente me pautar, rotular a mídia de “FlaPress” e mais não sei o que. O Maracanã é um estádio atrelado ao Flamengo mundialmente mais do que a qualquer outro. O que não quer dizer que não seja, também, atrelado a outros 3 clubes.
Perdoe-me tricolor, alvi-negro ou cruzmaltino.
Quando se fala em Maracanã se imagina o povo de vermelho e preto. As vezes pulando, as vezes chorando. Mas a primeira imagem que vem a cabeça é essa.
Rafael Marques fez o que até outro dia desconfiávamos que ele não sabia fazer. E a torcida que não quis pagar os absurdos 100 reais vibrou, em minoria, como diz a lenda, não tão lenda assim.
O lado do povão mudou. Os urubus não voavam mais dali, agora só flashs e iphones apontados pro gramado. Mas ainda assim, rubro-negros.
E esperaram. Sofreram, foram enganados pelo balanço da rede e boicotados pela trave. Mas sabiam, mesmo que de forma inconsciente, que jamais sairiam de lá com uma derrota do Flamengo na volta ao estádio.
Então, ficaram.
E no último suspiro antes de se lamentar, a bola viajou o campo todo para cair nos pés do autor de 2 gols anulados, não por acaso, o melhor jogador do Flamengo.
Ela pingou como que pedindo “me chuta, me chuta!”, e, enfim, o Maracanã voltou.
Do chute de Elias aos 5 minutos após o jogo terminar, uma festa como muitas vezes já se viu.
O gol aos 49 tinha que ser do Flamengo, daquele lado, naquele jogo, daquele jeito.
Antes dos 45 seria apenas um gol de empate. Depois, um gol pra matar a saudades.
E lá estão eles, juntos de novo. Flamengo e Maracanã.
Fonte: Blog do Rica Perrone