Vale tudo pelo Maraca?

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Um mês sem jogo oficial do Mais Querido. Tempo suficiente para que algumas polêmicas viessem à tona e, hoje, especificamente, vou me ater à “novela” que envolve o Maracanã. Nostalgia à parte, são vários os pontos controversos:
1. Tudo começa, a meu ver, com a interdição do Engenhão. Não sou engenheiro, mas é no mínimo suspeito que o estádio tenha sido interditado às vésperas do anúncio do consórcio vencedor da licitação do novo Maraca. Além do Botafogo (concessionário), Flamengo e Fluminense tinham acordos para utilizar o Engenhão nos seus jogos como mandantes. No entanto, com a interdição, os três clubes ficaram sem ter onde jogar e, assim, sem o menor poder de barganha na negociação com o consórcio vencedor do Maracanã. É notória a crise financeira que os clubes cariocas atravessam e, com o Engenhão interditado, o consórcio liderado pelo Eike Batista poderia fazer a oferta que quisesse, tendo os clubes que se “curvar” a ela, pois não haveria outra alternativa viável na cidade do Rio de Janeiro.
2. O Flamengo, trem pagador do Maracanã, sentou-se à mesa e ouviu a oferta do consórcio vencedor. Wallim, Eduardo e Bap devem ter gargalhado com os números apresentados. O consórcio ofereceu apenas 35% da renda ao clube, além de não conceder o direito de exploração de camarotes, lanchonetes e espaços publicitários. E isso por 35 anos! Quase um “estupro” financeiro. De outro lado, em Brasília, o consórcio que administra o Estádio Mané Garrincha pediu 15% da arrecadação da bilheteria, a título de taxa de locação, e só. Ou seja, o Flamengo ficará com 85% da renda, além de poder explorar placas de publicidade, lanchonetes e camarotes. Isso sim é um negócio decente.
3. A logística. Sempre bradamos que o Flamengo é o único time verdadeiramente nacional, pois existem torcedores em qualquer parte do país. Agora, então, é a hora de mostrarmos essa força. Para se ter uma idéia, um voo Rio-Brasília dura, em média, 1:20h, enquanto uma viagem para Volta Redonda leva 2:30h, de ônibus. Se for para Macaé, são 4h de estrada. Além disso, o hotel em que o Flamengo se hospeda na capital federal fica nos arredores do estádio, o que facilita o traslado dos jogadores, evitando o cansaço. Sendo assim, prefiro que o Flamengo jogue pra 50 mil pessoas em Brasília, e tenha uma renda astronômica, a ter que mandar jogos em Volta Redonda ou Macaé (com tempo de viagem maior e renda insignificante, sem falar que o público será bem menor). Sou carioca, frequentador assíduo dos estádios desde pequeno, mas não posso ser egoísta a ponto de querer o Flamengo aqui no Rio, sem que isso seja bom para o clube.
4. Muito se falou sobre uma suposta cláusula do contrato de concessão do Maracanã, em que o consórcio vencedor deveria fechar acordo com pelo menos dois clubes, sob pena de revogação. Há poucos dias, veio à tona outro discurso, afirmando que o consórcio não é obrigado a acertar com os clubes, desde que assuma os riscos de manter a viabilidade econômica do complexo. Que ele se vire para viabilizar.
Pra variar, o Fluminense já abre as pernas, se vende por pouco, e está prestes a fechar acordo com o consórcio Maracanã S.A. Pra quem já vendeu a alma pra Unimed, essa negociação não deve ser problema. Mas, o Flamengo é e sempre foi diferente. Depois de muito tempo, temos uma diretoria séria e que coloca os interesses do clube acima dos pessoais. Caso não se chegue a um denominador comum, devemos partir para outra alternativa definitiva. Enquanto isso, mostraremos nossa força aonde quer que o Flamengo jogue.
SRN

Gabriel Lima 



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