Flamengo, Corinthians e Santos e a dura volta à realidade.

O Corinthians foi um time preguiçoso no primeiro semestre. “Preguiça” é uma palavra que as pessoas acusadas de ter odeiam, mas não consigo encontrar outra melhor. Tite falou em falta de vontade, falta de motivação, usou alguns termos mais educados. Eu acho que preguiça é o melhor deles.

Jogador de futebol é uma raça complicada. Os caras ganham tudo na vida, e aí treinadores e profissionais ligados a eles precisam de discursos quase milagrosos para que seja mantida a fome. O Corinthians chegou ao auge de sua história em 2012, naturalmente a coisa desandou em 2013. Essa história de “agora que ganhei tudo, quero repetir” é um baita discurso vazio. A intensidade da vontade não é a mesma.

Parecia, com algumas trocas no elenco, com a eliminação na Libertadores (após dois jogos ruins contra o Boca, independente do Amarilla) e com a pausa da Copa das Confederações, que o Corinthians estava de volta. Ganhou duas. Começou o jogo na Vila ganhando. E aí…. E aí parece que a preguiça voltou.

Não vai ser fácil explicar. Tite certamente está p da vida com o time. Na Vila, faltou intensidade, e essa é a palavra chave para o Corinthians. O Corinthians de Tite existe, ganhou e ainda vai ganhar enquanto tiver 1) intensidade; 2) depois vem o resto. Levou um gol de contra ataque, com defesa pega desarrumada. É difícil até lembrar quando isso aconteceu pela última vez. Desconcentração.

O fato é que o Corinthians voltou à duríssima realidade do primeiro semestre. Preguiçosa e sem foco. Nas próximas rodadas, veremos se foi só uma recaída, apenas um jogo ruim. Ou não. Essa é uma realidade ainda a ser escrita.

O Santos também voltou à realidade. Um time jovem, que faz um Brasileirão digno e vai equilibrar jogos contra qualquer um. Tanto com os melhores times quanto com os piores, por mais estranho que isso seja. A realidade do Santos não é jogar com o Barcelona. Contra o Barcelona, talvez o maior time de todos os tempos, certamente o maior da nossa era, o retrato é levar de 8 mesmo. Outros times do Brasil levariam de 3, 4, 6, 10, talvez 2 a 1. Mas sempre sendo dominados, jogando atrás, tentando se salvar do vexame. O Santos não conseguiu.

Mas o que importa? A realidade dele é essa. Fazer um digno Brasileiro, como muito digno foi o jogo contra o Corinthians. Se houvesse um vencedor, teria que ser o Santos, que teve em Montillo sua maior figura. O Santos não vai disputar Libertadores, mas também não vai jogar para não cair, este é um Brasileiro de meio de tabela, reconstrução e experiência adquirida. Uma realidade não tão dura assim. Fiquem em casa, torcedores organizados, e deixem o povo trabalhar.

O Flamengo, assim como Corinthians e Santos, teve um duro chá de realidade na rodada de quarta, após a boa vitória sobre o Atlético Mineiro.

Pegou uma Portuguesa que é time certo para cair e foi a Brasília para parar as jogadas com falta e tentar algo na bola parada. Mas, tal qual a Portuguesa, o Flamengo não fez por merecer a vitória, essa que é a verdade.

Em nenhum momento do jogo, dominou com sobras, foi senhor e controlador do destino da partida. No primeiro tempo, ameaçou em contra ataques, quando roubava a bola e saía em velocidade. Assim, com Elias, um espasmo de inteligência em um time nublado, o Flamengo criou três ou quatro ocasiões no último terço do primeiro tempo. Mas era muito menos construção, muito mais ímpeto, volume, chegada.

No segundo tempo, não fez nada. Nada. A Portuguesa também não, exceto um lance que gerou ótima defesa de Felipe. Na jogada seguinte, o Flamengo achou seu gol de pênalti e, aí sim, teve o jogo na mão por alguns minutos. A Lusa ficou com dez e o Flamengo defendia com segurança, não sofria. Mas também não moveu uma palha para ir para cima. Sentou no 1 a 0 contra um adversário morto e, quem arrisca, paga o preço. Dez anos depois, um novo gol de Lauro para estragar a noite do Flamengo.

Mas repito, foi um castigo quase merecido. O Flamengo voltou à realidade amarga de um time com grandes alternâncias. Fará jogos ótimos e fará jogos péssimos, que lembrará ao torcedor que esse é um clube em reconstrução. A mesma coisa que o Santos. Não adianta enganar o torcedor, não tem essa de Libertadores. Mas também não acredito que o Flamengo passará nem perto do rebaixamento.

A realidade é dura, mas é essa. Empates com times com quem não tem que empatar. Meio de tabela. E vida que segue em busca de dias melhores.

Fonte: Blog do Júlio Gomes


E aí Nação, o que vocês acharam? Comentem! Siga-nos também no  

Coluna do Flamengo

Notícias recentes

Como será o Flamengo com ‘reforços’ da Copa América? Tite indica ‘tática’ para sequência do Brasileirão

Tite preferiu não projetar o time para a sequência do Brasileirão Na cabeça dos torcedores…

30/06/2024

Braz sobe o tom e manda recado para clubes interessados em Gabigol, do Flamengo

Gabigol tem contrato com o Flamengo até dezembro e não sairá de graça antes disso,…

30/06/2024

Gabigol entra em conflito com empresário em relação ao futuro no Flamengo

Gabigol tem futuro indefinido no Flamengo O atacante Gabigol vive um dilema em relação aos…

30/06/2024

Marcos Braz explica motivo do afastamento de Gabigol no Flamengo

Gabigol tem contrato com o Flamengo até dezembro deste ano O Flamengo derrotou o Cruzeiro…

30/06/2024

Gabigol ainda joga pelo Flamengo? Auxiliar de Tite revela futuro do atacante

Gabigol não foi relacionado para o jogo do Flamengo contra o Cruzeiro Em processo de…

30/06/2024

Tio de Gabigol detona Tite e dispara: “Quando chegou ao Flamengo, ali foi decretado o fim”

Tio de Gabigol afirmou que "o fim" para o jogador aconteceu com a chegada de…

30/06/2024