Quando Carlos Eduardo fez o gol no Mineirão tudo ficou muito claro para alguns milhões de rubro-negros. Outros tantos não rubro-negros se fizeram de difícil pra não aceitar a indicação mais clara de sucesso alheio que pode haver.
Flamengo, Maracanã dificuldade, superação. Eu vivo no Rio, e desde quinta-feira passada convivo com o fato da torcida lotar o estádio e o Mengão passar apertado e de forma memorável.
Juro. Eles acreditam nisso com uma convicção quase arrogante. Desde então, não ouvi falar em vexame, derrota, Cruzeiro, Dedé. Era só “Flamengo”, numa rara demonstração de segurança baseada em porra nenhuma.
Porque esse time vai ganhar do líder do Brasileirão? Sob qual argumento?
Todos. Nenhum. Mas era indiscutível há 1 semana. O Flamengo passaria para as quartas de final da Copa do Brasil.
O Maracanã não viveu nenhum momento de incerteza nesta quarta-feira. Ao contrário, ele exalava expectativa para saber como e quando seria.
Mas que seria, seria.
E foi.
Aos 42, sofrido, suado, explosivo, épico, memorável, consagrador, tão inexplicável que beira o óbvio.
Qual a chance daquilo tudo ter acontecido pra nada? Claro que a bola ia entrar. Claro que o Flamengo conseguiria devolver o que aquelas pessoas lhe deram na última semana.
Devoção, fé. Uma fé inabalável. De invejar qualquer igreja por ai.
Eles sabiam. Não me pergunte como, mas eles sabiam. Foram lá confirmar, e confirmaram.
Fingiram 90 minutos de pânico e incerteza.
Mentira. Eles sabiam.
Era pra tv filmar aquelas mãos coladas ao peito, as lágrimas, os gritos de desespero após os 30 minutos.
Figurantes.
Flamenguistas não sofrem quando precisam reverter. Lidam bem demais com a condição de desafiado. Tanto quanto lidam mal com a de favorito.
Deu a surpresa mais lógica do mundo. O Flamengo, o Maracanã lotado, o adversário em vantagem e mais forte.
Óbvio. Deu Flamengo.
Fonte: Blog do Rica Perrone