Todo dia vem um cruzeirense no meu twitter ou no facebook e diz: “Porra, Rica! Tu não vai falar do Cruzeiro? Você não tá vendo esse Cruzeiro?”.
E eu não consigo. Passo 6 meses preso a SP/RJ nos estaduais e Libertadores. Só consigo ver os que estão fora da Libertadores lá pro meio do ano. E vi, umas 3 vezes, curiosamente em jogos comuns, onde o Cruzeiro não foi bem.
Mas é claro que como qualquer pessoa que acompanha futebol, estou esperando o Cruzeiro de Julio, Dagoberto e Borges. É esse que vendem no papel, é o que eu esperava pra julgar.
Não confio no Dagoberto e no Borges a médio prazo. Jogaram um tempão no meu São Paulo, são bons jogadores, mas somem de repente. É estranho.
Julio é meu amigo de infância, leva minha torcida sempre, onde for. É pessoal.
Mas queria o Cruzeiro com eles. Sem, achava que seria uma avaliação prévia, não da “arte final”.
E hoje fui ver, só com Borges, o tal Cruzeiro que tanto pedem pra eu ver.
Me sentei, a bola rolou, e as dúvidas foram sumindo minuto a minuto. A boa troca de passes, a movimentação inteligente, o time buscando o gol, a coletividade de quem entende não ser dependente de uma única figura técnica.
Um Cruzeiro bom de ver jogar.
Fez o primeiro, poderia ter feito mais enquanto o Flamengo mostrava toda a fragilidade que lhe cabe em 2013.
E não, flamenguista. Não é o Mano. Nem o zagueiro ou o “azar”. O que o Flamengo teve, hoje, foi “sorte”.
O Cruzeiro buscava o segundo e eu procurava Everton Ribeiro no campo. Meu alvo, era ele quem eu queria avaliar.
E como que debochando da minha dúvida, faz o que fez na frente de todo mundo. Sem pudor!
Eu confesso. Não faria. Talvez em casa, ou num treino. Mas na frente de um Mineirão lotado, não.
Everton fez.
Eu levantei na sala. Nem sei porque. Foi impulso. Acho que só não sai batendo palmas porque tinha visita.
O Cruzeiro dava um baile no Flamengo. Mas ainda era o Flamengo.
E por ser quem é, achou um gol numa bobagem do ainda não adaptado Dedé. Que é “mito” sim, acreditem! Confiem.
O Cruzeiro abre 2×1 e uma vantagem que não reflete o que aconteceu em campo. Favorito, pelo empate, pela bola que joga e pelo jogo de ida.
Mas na volta, se os preços não forem um estupro ao bom senso como tem sido, o Flamengo pode fazer uso de sua irregularidade histórica e equilibrar forças com o Cruzeiro.
No Maracanã, as vezes, eles jogam com 12. E esse décimo segundo faz uma diferença impressionante.
Por isso, e só por isso, eu não digo que o Cruzeiro esteja muito perto da vaga.
Mas digo com absoluta certeza que na próxima semana o novo Maracanã vai experimentar algo que ainda não viu.
Como eu, que ainda não tinha visto o Cruzeiro digno de muitos posts que não fiz.
Mas os farei. E pelo jeito, com muito gosto.
Fonte: Blog do Rica Perrone