Patricia Amorim voltou à Gávea, mas não foi o centro das atenções em reunião do Conselho Administrativo, nesta terça-feira. O encontro tinha como pauta inicial a apresentação do parecer da comissão fiscal sobre o adiantamento de R$ 27 milhões da receita de 2013, autorizado pela gestão atual mediante prestação de contas, no fim do ano passado; e discussão sobre a adequação do orçamento para o ano vigente. O item inicial, que contava com quatro pontos divergentes, no entanto, foi retirado da pauta horas antes do início do evento, adiando assim o questionamento sobre os valores apresentados pela antiga mandatária.
O presidente do Conselho Administrativo, Maurício Gomes de Mattos, justificou que via como importante a presença de todos os poderes do clube – com a participação dos conselhos deliberativo e fiscal. A medida causou desconforto, e a apresentação do parecer ainda não tem uma nova data. A discussão basicamente diz respeito da necessidade, ou não, da abertura de um inquérito para apurar quatro pontos que não ficaram esclarecidos e/ou não eram vistos como urgentes, de acordo com análise feita pela comissão fiscal: intermediação na negociação de atleta, no valor de R$ 255 mil; juros de contrato mútuo, R$ 60 mil; despesas com torcidas organizadas, R$ 70 mil; e despesas com confraternização/comemoração, R$ 25 mil. Mesmo sem uma convocação oficial, Patricia Amorim, que é conselheira, voltou ao clube após longo período para participar da reunião e poderia apresentar seus argumentos.
Diante da retirada do tema da pauta, a reunião perdeu força e ficou restrita a adequação do orçamento aprovado para 2013. A questão já foi discutida em abril, no próprio conselho, e, desde a ocasião, contava com ressalvas feitas pelo vice-presidente de finanças, Rodrigo Tostes. Um novo encontro para atualização do assunto já era previsto para o mês de agosto.
Entenda a situação
No fim de 2013, já após a vitória da Chapa Azul nas eleições do clube, a gestão de Patricia Amorim solicitou o adiantamento de R$ 27 milhões da receita de 2013 para cumprimento de suas obrigações. O pedido foi atendido com uma condição: o acompanhamento por parte de uma comissão fiscal de todos pagamento a serem efetuados. Com os documentos em mãos, os responsáveis elaboraram um parecer e levantaram questionamentos – com foco nos quatro pontos citados acima – que serão apresentados ao Conselho de Administração para discussão sobre a necessidade de abertura de um inquérito.
Fonte: GE