A regra não é clara, mas deveria ser. A primeira lei da arbitragem bem que poderia ser “na dúvida, não faça nada”. Melhor deixar que o jogo se decida pelos verdadeiros protagonistas do espetáculo, no caso, a boleirada. Neste domingo, tivemos dois casos semelhantes. Em Brasília, o Flamengo enfrentava o São Paulo e a partida se encaminhava para um empate. Aos 42 minutos do segundo tempo, o atacante são-paulino Lucas Evangelista percebeu que não alcançaria a bola e se atirou na área. Lucas caiu, o juiz Ricardo Marques Ribeiro também caiu na de Lucas. Pênalti. A sorte do juizão é que Jadson caiu no nervosismo que ronda o clube do Morumbi e perdeu o pênalti. O erro acabou não sendo decisivo e a partida terminou empatada.
No outro caso, o desfecho foi diferente. Também no finalzinho da partida, o corintiano Danilo tentou colocar o corpo em uma dividida com Lucas Claro, do Coritiba. Choque normalíssimo. Aliás, se alguém entrou na dividida com uma atitude mais agressiva foi Danilo, não Lucas. E não é que Péricles Bassols marcou pênalti e decidiu o jogo? Corinthians 1 x 0 em um lance que até lembrou o Brasileirão de 2011, quando o clube paulista venceu o Cruzeiro também com um pênalti no apagar das luzes supostamente sofrido por Ronaldo.
O pênalti é uma desproporção no futebol. É o quase gol. É o momento que a arbitragem decide mesmo um jogo. Quando o pênalti é assinalado no final da partida, o poder do juiz fica ampliado, já que não há mais tempo para a reação. Para marcar a penalidade, é necessário ser “muito pênalti”. E, cá para nós, nenhum dos dois foi pênalti, nem penaltizinho.
Fonte: Placar