Vivendo de altos e baixos em 2013, o futebol do Flamengo mergulhou de bico em direção a mais uma turbulência. Já são três jogos sem vitória — duas derrotas e um empate — no Campeonato Brasileiro. A última, para o Bahia, ligou o alerta vermelho contra o perigo do rebaixamento e provocou reações de torcida, sócios e conselheiros do clube.
Sem uma satisfação clara do departamento de futebol, muitos rubro-negros estão buscando informações de como cancelar o plano de sócio-torcedor. Outros mantém a fidelidade, mas com o aumento da mensalidade da Gávea, não vão pagar os dois. Alguns aliados já se afastaram, como Marcelo Tijolo, conselheiro que fez campanha para a chapa azul e ajudou a organizar homenagens a Zico.
— Não vou bater palma para maluco dançar. Eles se perderam, pararam de escutar, acham que sabem tudo, estão massacrando a torcida, o sócio. Não vou ser oposição, vou ser fiscal. Quando o Zico pediu e eu fui, me contaram uma história, e ela não existe mais. Cadê a transparência que prometeram? — reclama o torcedor, representando uma boa parcela de pessoas até então ligadas à situação que perderam a paciência.
No futebol, o diretor Paulo Pelaipe e o vice de futebol Wallim Vasconcellos estão cada vez mais pressionados, inclusive pelo técnico Mano Menezes, que exige reforços que aumentem o padrão de qualidade do time e também a experiência. Carlos Eduardo caiu em desgraça outra vez após atuação pífia nos últimos jogos e deve seguir barrado.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello sentiu nos ouvidos a pressão no voo de volta de Salvador para o Rio. Não apenas pela altitude e o mau tempo que obrigou o comandante a voar em círculos até ter como pousar na cidade. Mas por alguns torcedores que o questionavam sobre soluções para o futebol. A resposta foi vazia. Assim como a do vice de finanças, Rodrigo Tostes, procurado pelo Jogo Extra para falar da viabilidade de novos investimentos em jogadores.
— É uma questão estratégica, não posso me manifestar sobre isso — informou.
A delegação do Flamengo chegou na noite da última quinta-feira à Brasília e a distância do Rio deve ajudar a digerir a o mau momento. É lá que o time fica até quinta, depois do jogo contra a Portuguesa. Enquanto isso, na Gávea, a oposição se articula para o embate em reunião do Conselho Deliberativo a ser convocada na semana que vem. Temas como a cobrança de estacionamento e o Maracanã serão questionados. Com o futebol em crise, a política do clube volta a ferver em fogo alto.
De mãos atadas, o técnico Mano Menezes, que chegou a falar em até quatro nomes de peso, sofre para tirar do time o que ele não pode dar. Ainda prestigiado pelo bom trabalho, tenta ser o escudo das críticas.
— Temos de acalmar, sofrer com a derrota, entender ela, fazer a leitura do que aconteceu para, no domingo, contra o Atlético-MG, estar bem melhor. O duro de montar a equipe durante a competição é esse. Você sabe que no jogo seguinte as coisas podem não funcionar. É um time muito novo, acaba sofrendo, é o preço que se paga. E o preço é muito alto — afirmou o comandante.
Prestação de contas
Depois de quatro dias, o Flamengo informou detalhes do resultado financeiros do jogo contra o Botafogo e deu informações comparativas com as partidas em Brasília contra Vasco e Coritiba. O clássico disputado com o Botafogo gerou uma receita de R$ 1.355.856,94. O valor é superior ao divulgado pelo borderô porque estão somados, segundo o clube, R$ 116.000,00 relativos a camarotes e mais R$ 158.434,10 referentes a bares.
Neste jogo a renda dos camarotes foi divida em três: 45% ficou com o Flamengo, outros 45% com o Complexo Maracanã S.A. e 10% com a IMX (empresa que presta serviço operacionais para o Maracanã S.A.). A maior arrecadação foi registrada na partida contra o Vasco. O clube teve uma receita líquida, com camarotes e bares, de R$ 2.557.304,67, o que representou 63,47% da renda. A segunda maior arrecadação aconteceu contra o Coritiba, no qual é registrado um valor de R$ 1.631.392,55.
Fonte: Extra Globo