Semana passada, Valdívia sofreu uma das punições mais esdrúxulas da história do futebol. Sua “conduta anti-ética” foi forçar o terceiro amarelo enquanto seu time ganhava, já que na rodada seguinte desfalcaria a equipe por estar em sua seleção.
Punição merecia a CBF por elaborar tão mal um calendário e fazer com que um clube seja “advertido” por ter um atleta selecionável.
Valdívia fez o que muitos fazem e não assumem. Ele assumiu. Então, prato cheio para a mídia leite-com-pera azucrinar e o STJD, que mais parece uma coordenação pedagógica de creche particular, dar seu show de hipocrisia.
Em outras palavras, ele foi punido por ter sido punido (?).
Eles, que nunca jogaram bola na vida e muito mal foram a um estádio na arquibancada, disseram que foi desrespeitoso, anti-ético. Eu digo que é válido, que é apenas uso de uma brecha no regulamento e um ótimo protesto contra esse calendário mal feito.
Ontem, Elias fez o mesmo. Depois do técnico deixar claro que o pouparia do próximo jogo, ele forçou o 3° cartão também fazendo cera. E também como o chileno, disse ter feito o que todos fazem e não falam.
E de novo, vem o papo leitecomperista de punir o rapaz.
O que eles queriam? Seria mais “ético” se os dois levassem o cartão por machucarem alguém?
Por que a maioria das agressões em campo passam batidas no tribunal? É realmente mais grave se aproveitar de uma suspensão?
Os dois tiveram atitudes passíveis de amarelo. O juiz fez seu trabalho e aplicou o cartão. Ponto.
Valdívia e Elias foram cumprir suspensão quando naturalmente desfalcariam suas equipes. E não cabe a um procurador escolher quando eles devem ficar de fora.
Um já foi punido e o outro provavelmente será. Por quê?
Porque os senhores de terno e gravata querem que jogadores de futebol ajam como se estivessem aprovando leis no plenário ou se apresentando num musical da Broadway.
Valdívia não merecia, Elias não merece.
O futebol não merece.
A hipocrisia sai na frente. O bom senso, coitado, é esquecido.
Vencem o terno, o papel, a caneta e a babaquice.
Perde o futebol.
Menos artigos e mais bola, por favor.
Fonte: Condição Legal