Não há, atualmente, um grande time no Brasil. Claro, alguns são melhores que outros. Dependendo da comparação, bem melhores. Mas um timaço indiscutível, um daqueles esquadrões de impor respeito em qualquer campo e encher a torcida de orgulho, não há. Por exemplo: o Cruzeiro, líder do Brasileirão, é capaz de ser eliminado pelo claudicante Flamengo, na Copa do Brasil.
Futebol brasileiro não tem um grande time na atualidade.
E o rubro-negro, dias depois, sofre uma goleada humilhante do Corinthians que, por sua vez, perdera do Luverdense (!!!) e, embora ostente o título de campeão mundial, rodada sim, rodada não, alterna atuações medíocres com alguns (poucos) shows, como o do domingo passado — muito ajudado pela mediocridade do Fla.
Nem mesmo o Atlético Mineiro, que acaba de conquistar a Libertadores, escapa dessa instabilidade. Sua campanha na principal competição do continente é prova disso. Um início arrasador e uma reta final de matar do coração, justamente porque aquele futebol de sonhos desapareceu e o título teve que ser garantido com os milagres de Victor nos pênaltis — a começar por aquele no último minuto do jogo contra o Tijuana, no Horto.
A dura verdade é que já não fabricamos pencas de craques como antigamente. E boa parte da culpa aí deve-se à pragmática e mercantilista política implantada na maioria das divisões de base, onde o importante não é desenvolver e aprimorar jovens talentos e sim ganhar títulos sem importância alguma, mas que garantem os empregos daqueles que deveriam ser avaliados apenas pelo número de jogadores que entregam e vingam nos profissionais.
Para agravar esse triste quadro, os poucos talentos que sobrevivem à ditadura dos “brucutus”, na base, logo são exportados — como Oscar, Lucas, Neymar, Bernard e até Vitinho (que se foi com pouquíssimas atuações como titular no Botafogo).
Com o retorno de veteranos e a importação de sul-americanos, até que no papel, alguns de nossos elencos chegam a impressionar. Mas em campo os desempenhos estão sempre abaixo da fama de seus jogadores. O São Paulo é o caso mais gritante, mas Inter, Grêmio, Flu e o próprio Corinthians entregam bem menos do que prometem. De bom mesmo no nosso futebol, hoje dia, só o nivelamento, por baixo, que torna as disputas parelhas até o fim.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado
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