Não há argumentos. Não existe lógica. As previsões são inócuas e os diagnósticos desnecessários. Isso aqui é Flamengo. Ponto. Discussões são dispensáveis e não serão aceitas em hipótese alguma. É uma verdadeira ditadura. A mais doce delas, pois é colorida em vermelho e preto.
Isso aqui é Flamengo, e paguem logo esses R$ 24 milhões!
É uma certeza inexpugnável: Flamengo e Magnética juntos desconhecem a palavra “impossível”. São como aquela faixa que parece ter sobrevivido às reformas, curras e mutilações do “New Maracanã”: “Somos todos, menos alguns”.
Uma Nação. Uma orquestra afinada. Nunca um bando. A coisa ali se dá em uníssono. Como ocorreu a cada “Uh!” gutural, até mesmo em lances bobos, como bolas roubadas pelo adversário – cuja graça, aliás, até já esquecemos. Perdoe-nos a falta de ênfase em dados irrelevantes.
O Flamengo é capaz de unir opostos de uma maneira que apenas outros dons divinos, como a música e a morte podem fazer. Não necessariamente torcendo para ele, pois os poucos que não andam no “caminho do bem” torcem contra com a mesma paixão. E isso é um estímulo, acreditem.
A verdade – e agora lhes conto um segredo que pode custar o passe para o céu rubro-negro – é que time, nomes, pessoas, são quase irrelevantes. O que vale ali é o espírito. Aquela coisa mágica que emana do frio concreto – saudosismo – das arquibancadas para o campo e sobe de volta como a pomba branca do Novo Testamento.
É o Manto, a história, o “nome a zelar” que verdadeiramente contam em ocasiões como a desta quarta-feira (28/08/13), quando a caravana rubro-negra, honrosamente passou para as quartas de final da Copa do Brasil.
Sim, não passa de uma classificação. Foi um jogo a mais entre outros vinte e poucos que teremos este ano. Mas valeu o ingresso, a cerva de qualquer marca, o pagamento às pressas do pacote “pay-per-view”. E todos os que realmente interessam lembrarão.
Se não vale como um indicativo do que esse time eternamente em formação pode vir a se tornar, serve como uma lembrança, mesmo que ainda distante, de que devemos separar meninos de homens quando falamos de futebol – e, por que não da vidinha “furreca” e miserável que enfrentaremos na manhã seguinte em coletivos e engarrafamentos rumo ao desconhecido?
A sentença fora escrita no primeiro jogo, em Belo Horizonte. Era a verdadeira “pule de dez”. Contem comigo: o time de lá jogava com ex-goleiro vascaíno, volante “aparador de grama” também ex-vascaíno, e um pseudo-craque rubro-negro na zaga. Era barbada. Não tinha como errar.
E, para completar, contamos com um gol “espírita” de nosso renascido do inferno – Carlos Eduardo. Que, diga-se, marcou nesta partida outro tento oportunista, malandramente bem anulado por um árbitro que esquecemos de agraciar com um passeio pela orla carioca, devidamente bem acompanhado, antes da partida.
O caso é que passamos e bem. Agora nos cabe disputar com honra o único clássico rural com torcida única – por opção deles – que se tem notícia no futebol mundial, e esperar a chegada de 2014 – quando, provavelmente, o brother “Véio” Menezes enfim conseguirá montar um time que nos permita preservar o solado dos sapatos e a pressão controlada bem antes do jogo terminar.
Voltemos ao monótono Brasileirão no aguardo das partidas com o pessoal que possui a maior torcida na Rua Monsenhor Manuel Gomes, 155, Rio de Janeiro.
Ops. Já ia esquecendo: vamos deixar a mão de vaca para as vacas e adentrar logo para o feliz mundo de sócio-torcedor do Mengão, e contribuir de forma honesta para o pagamento – sem chororô, que isso é coisa de soldado da trincheira adversária – dos R$ 24 milhões necessários para a compra do novo “Diamante Negro” da Gávea – Elias. Este, além de profeta, é anjo mensageiro e juiz.
SRN, Eduardo Santos.
Fonte
Compartilhe este artigo
Deixe um comentário