Poderia começar esta resenha fazendo uma caça às bruxas sobre a saída do mano ou sobre a irregularidade do nosso Rubro Negro. Ficaríamos discorrendo por horas. O fato é: viemos de um Flamengo mal estruturado (time) há pelo menos 3 anos. Não conseguimos formar um elenco sólido, com sintonia, com base para entrar em campo e ao menos realizar uma bela partida. O que difere o Flamengo deste ano para os últimos anos, são unicamente as pessoas que assumiram o comando e entraram para realizar uma transformação organizacional.
O problema é que não somos uma empresa, não obstante temos por objetivo profissionalizar a instituição. E é justamente onde está toda a dificuldade. Quando o principal pilar que sustenta toda estrutura sofre abalos, todas as partes interessadas por consequência sofrem. Um Flamengo (time) não produtivo, sem resultados e sem perspectivas, evidencia o quão frágil é toda a instituição quando não está firme nas suas bases. Toda estrutura estremece.
Fato: O flamengo é o Futebol. O Flamengo vive hoje outra realidade e não duvidamos que as diretrizes têm por objetivo tornar o Rubro Negro o Maior do Mundo. Falta apenas identificar onde está a falha. Onde a maquina não está rodando. É preciso ajustar onde não há resultados.
Heráclito, filósofo grego do século V a.C, dizia: “Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos.”
Este pensamento representa a mudança na natureza humana em suas oportunidades de acertar quando se tem mais de uma tentativa. Nem a pessoa que atravessa o rio permanece a mesma cada vez que o faz, nem o rio, seguindo o caminho irrevogável de seu fluxo, consegue banhar com as mesmas águas os pés daquele que o atravessa em diversas oportunidades.
Os problemas com o futebol Rubro Negro, não são novidades, a diferença está em como cada um (membro da instituição, jogadores, colaboradores, torcedores) as encaram. A transformação deve ser modelada e gerenciada de forma que assegurem entendimento e conscientização em todos os colaboradores da organização. Para esta mudança acontecer, é preciso planejamento e estratégia, e isso tem que ser muito transparente para todos que direta ou indiretamente participam desta mudança.
O diagnóstico de “por quê mudar” e “o quê mudar” depende da clara compreensão de como interagem os dois lados de qualquer organização: o direcionamento estratégico (quem define as diretrizes) e o conjunto de elementos que integram o conteúdo de sua gestão (quem executa), e o resultado vão determinar seu nível de excelência.
Talvez seja necessário parar e transparecer para todos que estão neste barco quais são os próximos passos e definir quem fica e quem não pode mais ficar. Os objetivos precisam ser alinhados com todos. Principalmente com quem entra em campo. Se não possuem maturidade para entender a imensidão que estão navegando, que não permaneçam. Se porventura tropeçarmos, daqui a 30 anos não lembraremos se a pessoa A ou B fez o estrago, mas sim que a instituição Rubro Negra tropeçou. Sejamos prudentes e façamos o exercício de lembrar que todas as pessoas passam, e que o Flamengo sempre ficará. Soberano.
Somos todos menos alguns. NADA IMPORTA SEM O FLAMENGO. Acordem!
Marcella Mello
Fonte: Falando de Flamengo