Pior do que a derrota no Maracanã foi a saída de Mano.

Pior do que a derrota humilhante em casa, depois de fazer 2 x 0 em oito minutos de jogo, foi a demissão do Mano Menezes. Largar o clube às vésperas das quartas de final da Copa do Brasil e restando dezesseis jogos para terminar o Brasileiro foi uma atitude covarde, inoportuna antiética. Vai ser uma tarefa difícil convencer um treinador de ponta a assumir o time nessas circunstâncias. Sem planejamento algum, sem recursos, sem respaldo, pressionado pela posição na tabela e sob a mira da torcida. Vão ter que abrir os cofres para convencer alguém que se dispuser a pegar essa rabuda.

O que o Mano fez, não importa a justificativa, oculta ou expressa, foi uma falta de respeito com o clube, com os jogadores, com a torcida, enfim, com a instituição Flamengo. O nome dele deveria ser riscado dos anais do clube e tornado persona non grata na Gávea. À boca pequena se comenta que o Corinthians teria estimulado o ex-treinador a deixar o Flamengo e ficar desimpedido para assumir no Parque São Jorge. Nem me interessa qual a razão. Dinheiro, foro íntimo, covardia ou qualquer outra não lastreiam a atitude pequena desse cidadão. Argumentar que “o trabalho não frutificou, que os jogadores não assimilaram o seu desenho tático e que nessa hora é melhor o técnico ir embora” denota uma forma dissimulada de abandonar o barco.

Mas, a história do Flamengo sempre será maior do que modestos personagens que a povoam. Depois de vermos o Zico saindo e continuarmos nossa rotina de vitórias, ainda que mais sofridas, qualquer um mortal pode ir embora do clube sem problema. Vida que segue. Agora teremos uns dois ou três dias de especulações, o Jaime tapando o buraco no domingo contra o time que só ganhou de nós, e uma segunda-feira turbulenta com qualquer resultado. O que estamos colhendo agora são os frutos semeados pela alternativa de investir pouco e mal no elenco. Não sei quem escolheu o Mano, nessa queda de braço de egos inflados no Flamengo de hoje, mas está provado ter sido uma opção medíocre, pelo trabalho e pela conduta na saída. Numa empresa, como o BNDES me parece que os profissionais são cobrados pelo rendimento e pelos indicadores apresentados. E no Flamengo? Quem cobra quem?

O Campeonato Brasileiro deve ser a competição mais disputada no cenário mundial do futebol. Vejam bem, não é hoje a mais qualificada, mas tem a maior competitividade. Os vinte clubes competem em nível bem semelhante, com raras exceções campeonato após campeonato. A subida na tabela se dá de forma escarpada, a descida em avalanche. A diferença entre os polos em geral se restringe aos pontos de uma rodada, às vezes menos. Os considerados rebaixados podem emergir da lama, enquanto os favoritos sucumbem. O Náutico pode reverter de repente. Mesmo o Cruzeiro, com a vantagem adquirida no momento, não pode se sentir à vontade, bastando para isso recordar alguns episódios da história dos pontos corridos. Portanto, com a tradição rubro-negra em jogo, me pareceu arriscada a cartada da diretoria. Gostaria de ter tido a oportunidade de estar na Gávea para perguntar ao presidente: vocês têm a perfeita noção do risco que estão correndo? Já avaliaram a relação custo x benefício, a perda de prestígio, de dinheiro, de contratos?

Não dá para chorar agora o leite derramado, não temos tempo para isso. La nave va e temos jogos decisivos em Recife no domingo e na quarta-feira no Maracanã. Não vou chamar o jogo contra o Náutico de jogo de seis pontos, apenas para evitar o mau agouro. Com as demonstrações de amadorismo da atual gestão, alguém precisa segurar o touro à unha, o elefante ensaboado ladeira abaixo, o urubu atingido numa das asas em pleno voo. Hora de ressurgir a fênix costumeira, aquela com o rugido ensurdecedor das massas, com a energia da Magnética, com a ressonância da Imensa Nação.

Só uma observação para os dirigentes: a torcida não aceitará pacificamente uma tragédia. Não será apenas comoção, haverá reação. Não que eu deseje, nem que eu sugira, porém trata-se da ordem natural das coisas. No universo rubro-negro o Big Bang é maior. Dá prestígio dirigir o Flamengo, traz um poder enorme, currículo, visibilidade. Por outro lado, tudo na vida tem bônus e ônus.

Fonte: Magia Rubro-Negra

Coluna do Flamengo

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