Visando contratações, Flamengo fará empréstimo pelo Consórcio.

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Acertada nesta semana, a extensão de contrato entre Flamengo e Consórcio Maracanã S.A. demonstra que a aproximação costurada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, após o embate público no início de setembro foi mais do que bem-sucedida. Na mesa de negociação, um tema específico foi fundamental para o acordo. Ao Flamengo será concedido um empréstimo pelo Consórcio Maracanã S.A. (formado pelas empresas Odebrecht, IMX e AEG) e que será quitado até 2016, de acordo com as receitas do clube no estádio. O objetivo do clube com a verba está traçado: reforçar o elenco de futebol para a temporada de 2014.

Em dificuldades financeiras diante dos inúmeros gastos com acordos, como o realizado com a Receita Federal, e a folha salarial de futebol e outros funcionários, que giram em torno de R$ 15 milhões mensais, a diretoria rubro-negra está ciente da necessidade de reforçar o time na próxima temporada e, por isso, buscou uma alternativa. Com as verbas de patrocínio comprometidas para cumprir outros acordos, a solução foi buscar um empréstimo com o próprio grupo que administra o estádio para contratar jogadores.
Empresa de participação majoritária no Consórcio, com 90%, a Odebrecht tem faturamento anual estimado em R$ 70 bilhões e, portanto, disponibilidade de sobra para o empréstimo. Pelo acordo, o Flamengo deu a contrapartida de extensão do contrato vigente até 2016, com os mesmos moldes estipulados no acordo do atual. Alguns pontos que serviram para discordância e o consequente embate público no início de setembro foram ajustados. Desta vez, o Flamengo poderá realizar até dez jogos como mandante em outras praças e arrecadar com bilheterias de forma integral, como já realizado em Brasília. 
A arrecadação do Flamengo será proporcional à participação de sua torcida na bilheteria e consumação. Quanto maiores os valores, maior a fatia rubro-negra, que varia entre 50% e 72% do total, este último em piso de uma renda de R$ 2 milhões. O máximo para divisão igual de despesas do custo operacional é de R$ 300 mil. A partir deste valor, cabe ao Consórcio bancar a diferença. No restante, a divisão será parecida com o acertado no primeiro acordo entre as partes, em julho. A receita dos camarotes, considerada o “filé” em grandes jogos, será meio a meio, enquanto bares e restaurantes o percentual chegará a cerca de 25%. Neste ponto, um dado importante.
Devido a desentendimentos nos termos iniciais, o clube desejava saber qual o valor gasto pelo Consórcio com empresas terceirizadas de serviços de limpeza e fornecedores de bares, por exemplo. Agora, os rubro-negros poderão requisitar uma auditoria independente para analisar os valores e não ter dúvidas. Em relação aos patrocinadores, houve uma nova saída. Para anúncios no telão, Flamengo e Consórcio terão de chegar a um entendimento sobre o que será exibido. O clube poderá, enfim, ativar ações de marketing com seus parceiros e vender placas de publicidade durante seus jogos.
A assinatura do contrato ainda depende de aprovação no Conselho Deliberativo do clube, em sessão na próxima terça-feira, no Salão Nobre da Gávea. Um dia antes, ele será apreciado pelo Conselho Fiscal, que dará o seu parecer. Caso a concessão seja cancelada pelo Governo do Rio, o contrato será automaticamente rescindido. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Consórcio informou que não tem posição oficial sobre o acordo com o Flamengo.

Fonte: ESPN

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