Ainda sem dinheiro para grandes contratações para 2014, o Flamengo decidiu devolver o meia Carlos Eduardo ao Rubin Kazan, da Rússia, no fim do ano, antes do término do empréstimo, em junho, e arrumou uma briga com o empresário do jogador, Jorge Machado. O agente já foi informado pela diretoria que o clube não conta com ele para a próxima temporada, mas faz jogo duro e solta o verbo contra os cartolas.
— Toda hora recebo ligação de gente dizendo que quer devolver. Toda hora vejo dirigente do Flamengo falando mal do Carlos Eduardo, o diretor de futebol falando que foi uma contratação mal feita. O Carlos Eduardo não tem parente no Flamengo. Tem que ser profissional e cumprir o contrato. São dirigentes amadores que expõe o jogador, em vez de dar moral. Ele foi jogado contra a torcida — acusa Machado.
A irritação tem explicação. Além da sinalização do Flamengo para devolver o meia, que ganha R$ 550 mil e abriria espaço na folha de pagamento para reforços de peso, Carlos Eduardo está sem receber a maior parte dos vencimentos, referentes ao direito de imagem.
— Se não correspondeu à expectativa, tem que cumprir com o contrato assinado. Quando trouxe ele, me prometeram mundos e fundos, que seria tudo cumprido. O Flamengo tem que aprender a honrar o contrato. O Carlos não será uma mercadoria na mão de pessoas irresponsáveis — criticou o empresário.
A revolta se deve também às declarações dos vice-presidentes Wallim Vasconcellos e Luiz Eduardo Baptista lamentando que o jogador não tenha ido bem esse ano. Curiosamente, com a saída do técnico Mano Menezes, Carlos Eduardo cresceu de produção, mas ainda está longe de ser o atleta decisivo que se pensava na contratação para ser o camisa 10.
Com Jayme de Almeida, o meia tem se apresentado tecnicamente melhor, mas ainda não consegue acompanhar o grupo do ponto de vista da preparação física.
Novo empréstimo é alternativa
Por contrato, para devolver Carlos Eduardo antes do prazo final do empréstimo, o Flamengo precisaria chegar a um acordo com o Rubin Kazan, que investiu 24 milhões de euros (cerca de R$ 72 milhões) no jogador e ampliou o seu vínculo até 2016.
A alternativa da diretoria rubro-negra, caso não consiga antecipar a devolução, seria um novo empréstimo do meia para um terceiro clube. Ainda se o time russo topar receber o meia de volta antes do tempo previsto, a operação deve gerar um custo.
O empresário Jorge Machado acredita que o Flamengo não terá vida fácil na tentativa de descumprir o combinado e se desfazer do jogador, abrindo mão das preferências para compra de seus direitos econômicos no meio de 2014:
— Ele está emprestado, então que perca o passe, que não pague, não cumpra o que está tratado. Para nós não tem problema, eles tem que se ver com o Kazan. Não fica ameaçando que vai devolver. Estou de saco cheio — desabafou o agente, que recebeu vultuosa comissão no fechamento do acordo, e deu prioridade ao Flamengo na concorrência com outros clubes.
Fonte: Extra Globo