A luta para reativar as obras no Ninho do Urubu continua no Flamengo. Mas, por enquanto, não há previsão de arrecadação da verba necessária para a finalização dos módulos 16 e 17, destinados aos futebol profissional. Após ter seu projeto de captação de recursos baseado na lei do incentivo no valor de R$ 12,5 milhões aprovado nesta semana, o clube aguarda com ansiedade o desenrolar de uma discussão entre a Prefeitura carioca e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para saber se receberá a doação de R$ 5 milhões.
Após anunciar em março que ajudaria os clubes cariocas na construção de centros de treinamento com cessão de terreno ou verba, o prefeito Eduardo Paes, em reunião com a cúpula rubro-negra, em julho, reafirmou o compromisso com a doação de R$ 5 milhões ao clube, que já tinha o terreno, ao contrário de Botafogo e Fluminense. Em setembro, o MP-RJ fez uma recomendação à Prefeitura do Rio que avaliasse melhor a opção por doar o valor ao clube. E, por enquanto, o caso está estagnado.
“O Flamengo continua acreditando que o prefeito cumprirá com sua palavra, já que não há ilegalidade alguma. A se considerar esse apoio com medidas sócio-esportivas em contrapartida pelo Flamengo algo ilegal, da mesma forma é ilegal a doação e cessão dos terrenos aos outros clubes. Esperamos que o prefeito cumpra sua promessa pública e não discrimine o Flamengo”, disse o vice-presidente jurídico do clube, Flávio Willeman.
O dirigente, no entanto, descartou qualquer medida legal para garantir que o clube receba a verba, já que o assunto não tem, por enquanto, nenhuma discussão no campo jurídico. Desta maneira, o Flamengo se volta para a captação da verba de R$ 12,5 milhões aprovadas de acordo com a lei do incentivo fiscal. Para isso, já conversa com empresas interessadas. Em um panorama traçado com ideal, o acordo seria traçado com apenas uma instituição. Mas esta opção é bem improvável. Com isso, o sonho de ter o CT apto para alguma utilização de alguma seleção durante a Copa do Mundo de 2014 a cada dia está mais distante.
“Estamos conversando com algumas empresas interessadas, mas toda a tramitação ainda demora um pouquinho. A nossa ideia era ter tudo pronto até a Copa do Mundo. O prazo é apertado. É muito difícil”, reconhece o vice de patrimônio, Alexandre Wrobel.
Wrobel garantiu que a verba de R$ 12,5 milhões mais o montante doado pela prefeitura serão necessários para terminar os módulos 16 e 17, destinados ao futebol profissional. Sem dinheiro, as obras do Ninho do Urubu estão totalmente paralisadas desde agosto de 2012. Em dias de forte chuva, locais próximos aos campos por vezes acumulam água e a lama toma conta do local, que também atende as divisões de base.
O valor estimado do total do centro de treinamento rubro-negro era de R$ 18 milhões no final de dezembro de 2012. O CT, em seu projeto inicial, contempla 24 suítes equipadas com aparelhos de tv a cabo e internet, cozinha industrial, refeitório, auditório e sala de jogos no módulo 16. No módulo 17 ficarão a ante-sala de imprensa, a sala de imprensa, o vestiário e o centro de fisioterapia. A ideia é de que o elenco possa realizar as refeições e se concentrar no Ninho do Urubu sem recorrer ao auxílio de hotel, como ocorre atualmente.
As obras já teriam sido alavancadas em julho, após o clube receber os R$ 9 milhões da REX, braço imobiliário da EBX, do empresário Eike Batista, devido ao acordo pela cessão do Edifício do Morro da Viúva, no bairro do Flamengo. No local será construído um hotel. O valor, no entanto, foi destinado ao pagamento de salários.
Depois da finalização do módulo profissional, o clube partirá para a finalização do módulo da base. Embora o projeto indique uma estrutura mais modesta do que o espaço profissional, a área construída será maior. O alojamento conseguirá abrigar 108 atletas que desejem morar no clube.
Fonte: ESPN