Todo mundo um dia quando criança já sonhou em ser uma estrela do futebol. Muita gente já gritou o nome de seu ídolo dos gramados nas peladas da rua, nos campinhos ou nas quadras do colégio, comemorando um gol ou até mesmo fazendo uma narração de um lance do jogo, com direito aos clássicos e eternos bordões da locução esportiva.
Qual a necessidade de um jogador de futebol estudar?
Porém, em nossa rica infância também sonhávamos ter outras profissões, como ser astronautas, veterinários, pilotos de avião, desenhistas, etc. Carreiras das mais simples até as mais incríveis e divertidas que uma criança possa imaginar.
Mas a grande realidade é que aqueles que conseguem a proeza de se destacar no estrelato do futebol sequer terminaram os estudos, muito menos concluem um curso superior. Você deve estar se perguntando: mas com um salário astronômico, com cifras surreais, novos ricos da noite para dia, quem precisa (ou vai querer) terminar os estudos?
Temos bons exemplos de ex-atletas que ignoraram a boa condição financeira que o futebol lhe proporcionou ou os prazeres de ser uma personalidade pública e que decidiram voltar às salas de aula.
Um deles é o Dr. Eduardo, mais conhecido como Tostão, ídolo do Cruzeiro e um dos heróis da conquista do tricampeonato mundial pelo Brasil na Copa do México de 1970. Depois que se aposentou dos gramados, passou no vestibular para Medicina (clinica geral) na UFMG e se formou em 1981, além de atuar como comentarista esportivo, colunista e escritor.
O eterno e saudoso ídolo corintiano e da seleção brasileira, um dos lideres e símbolos da Democracia Corintiana, participante ativo da política do país, além de grande articulista e comentarista esportivo, o doutor Sócrates, ingressou na USP- Ribeirão Preto para cursar medicina. Determinado, concluiu a graduação em 1977 sem abandonar suas atividades esportivas.
Também podemos citar jogadores em atividade no futebol brasileiro que não abriram mão do canudo universitário, exemplos como o goleiro Rafael Cabral do Santos, que conciliava os treinamentos com os estudos e se formou em Educação Física e Esportes pela Universidade Santa Cecília – Unisanta, além do arqueiro Victor do Atlético- MG, que é formado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Jundiaí. E outros nomes do futebol brasileiro que fazem parte dessa pequena classe de atletas formados ou atletas estudantes.
É nítido o interesse e uma crescente preocupação dos clubes brasileiros em possuir atletas mais preparados intelectualmente em seu elenco, pois enriquecem e valorizam a imagem do clube e de seus patrocinadores nas coletivas de imprensa, nas entrevistas pós-jogo, em ações de marketing e campanhas publicitárias.
Além disso, os estudos podem dar uma forcinha também na hora das transações com clubes estrangeiros, que preferem jogadores com maior grau de formação ou até mesmo uma maior facilidade (vontade) em aprender uma nova cultura, um novo idioma e novos costumes.
Apesar dos salários e contratos milionários e inimagináveis que o futebol hoje proporciona, dos sérios problemas que a educação nacional passa e da falta de cultura e pouco incentivo no país em conciliar estudos e esporte, o esforço e dedicação desse escasso grupo de atletas que continuaram os estudos é um belo exemplo de que ensino e carreira profissional no futebol podem jogar no mesmo time.
Fonte: Doentes por Futebol
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