Flamengo e o enigma Carlos Eduardo.
Em um ano marcado pela decantada postura austera da nova diretoria, a Nação Rubro-Negra recebeu com expectativa a notícia de que o meia Carlos Eduardo, revelado pelo Grêmio e precocemente negociado para o continente europeu, com passagem pela seleção brasileira, envergaria o Manto Sagrado por 18 meses, através de empréstimo.
Era janeiro do corrente ano. O jogador vivera período de inatividade de cerca de dois anos, razão pela qual era de conhecimento público que demandaria tempo e paciência para que seu desempenho fosse satisfatório, à altura da camisa que envergaria. Apesar disso, a diretoria entendeu por bem abrir exceção à política de pés no chão e aceitou pagar salários na ordem de 500 mil reais ao atleta.
Os meses se passaram e o futebol de Cadu não apareceu. E mais: seu perfil nem de longe é o exigido pela torcida do Flamengo, beirando a indolência em campo. Tal somatório de fatores redunda em vaias constantes ao camisa 20, proferidas antes mesmo de a bola rolar; sendo certo que nem mesmo atuações regulares como a do jogo deste domingo conseguem reverter o preocupante quadro.
CE20 é titular absoluto no Flamengo de Jaime de Almeida, de forma que sua escalação é mais que garantida na finalíssima da próxima quarta-feira, que vale a Copa do Brasil 2013 e vaga na Libertadores 2014.
Após o jogador ter admitido sua insegurança e descontentamento com os apupos das arquibancadas, a pergunta que o torcedor Rubro-Negro que conseguiu adquirir sua entrada para o jogo mais importante do ano é se seria bem vinda uma trégua de 100 minutos a um de seus representantes em campo.
De qualidade técnica inquestionável, vai saber se um empurrãozinho dos fanáticos torcedores do Mais Querido não será o diferencial entre uma expectativa frustrada e uma grata surpresa, ainda que tardia.
Para o Mengão, o ano de 2014 começa a ser decidido na próxima quarta-feira. O de Carlos Eduardo ainda depende de seu despertar em 2013.
Victor Mendonça, nas arquibancadas desde 1981!