Qual rubro-negro, por mais esperançoso que fosse, esperava depois de um conturbado começo de 2013 que o Flamengo conseguisse chegar à final de uma copa do Brasil? Ainda mais uma copa do Brasil, tão singular como esta, que contava não só com ótimos times montados para o Brasileirão como Botafogo e Cruzeiro, como também com as equipes que participaram da libertadores, incluindo até mesmo a campeã dela. Ficava cada vez mais difícil de se imaginar ainda mais depois de um discurso de contenção da diretoria: “Esse é um ano de reestruturação” diziam eles “A prioridade é pagar a dívida”, alertavam sempre. Mas não demorou muito para perceberem que tentavam, em vão, abafar a ansiedade de uma torcida viciada em conquistar títulos.
A torcida se animava com o começo do carioca, mas acabou perdendo as esperanças muito rápido. Assistiam às primeiras fases da copa do Brasil com desconfiança. Lamentavam um começo de Brasileirão desastroso. Mas muitos ainda teimavam em aceitar que esse ano passaria em branco novamente; que assistiriam a mais um rival carioca comemorar um título de expressão enquanto o time do coração passava sufoco pra não ser rebaixado. Era triste demais para aceitar. Depois de um ano de 2012 terrível, entrar em outro e ver tudo se repetir. E pra piorar ainda mais, o Cruzeiro, líder da competição nacional é sorteado para encarar o mais querido nas oitavas de final. “Quanta desgraça” Podia pensar o torcedor “Não vamos muito mais longe”.
Mas quem diria… Logo ele… O jogador menos aclamado da torcida, aquele que veio pra ser o nosso camisa 10, a nossa esperança de um 2013 melhor, faz o que foi chamado pra fazer. Um gol salvador. Um gol achado e bem aproveitado, um gol que trouxe de volta o brilho de um time acostumado a se dar bem em decisões. E todos respiraram. Carlos Eduardo… Quem diria… Depois daquele gol conseguiu uma sobrevida com o torcedor e ao mesmo tempo uma sobrevida do time na competição.
Seria demais dizer que foi dali que tudo começou a dar certo? Que aquele gol do Elias só aconteceu porque mais de 50 mil Rubro-negros passaram a acreditar que era possível e foram até lá apoiar? Que as vitórias nas rodadas seguintes só se deram porque o maior bicho-papão já havia sido eliminado? E tudo porque Ele estava no lugar certo na hora certa?
Quem diria que estamos na final devido a ele? Ninguém. Talvez porque depois daquele, vários outros gols decisivos ajudaram o time a chegar onde está. Mas quem sabe houvesse mais um gol… que não só consagraria um time que enfrentou todas as dificuldades como também o homem que ainda lida com elas… O jogador desacreditado… Que veio pra ser Rei, recebeu o manto de Deus e virou bobo da corte… Seria demais pensar que aquele quem todos vaiam acabe sendo o escolhido por São Judas Tadeu para fechar com chave de ouro esse ano de 2013?
Quem diria… Talvez nem ele… Mas se fosse… Por que não? Para uma torcida que já teve como herói Obina e que transformou um humilde atacante em um Brocador, nada é impossível. Afinal, chegamos lá, não chegamos?
Por: Reinaldo Rodrigues
Por: Reinaldo Rodrigues