Como no site oficial estão apenas as doações de pessoas físicas, torço para que o clube tenha uma carta na manga com patrocinadores e pessoas jurídicas que também tenham doado. Vou torcer muito para que no dia 27 seja anunciado que o Flamengo conseguiu arrecadar um valor considerável para que iniciemos nossa reestruturação nos esportes olímpicos. Mas a principio a situação é bem preocupante, até porque a diretoria não tem dado declarações de que esteja próxima do valor mínimo exigido.
2013: O ano que insiste em não terminar (parte 2).
No último texto (publicado no sábado e que pode ser relido aqui), escrevi sobre as dificuldades que o Flamengo teve durante o ano. Mas também obtivemos algumas glórias, principalmente fora de campo. Conquistamos quase tudo que foi planejado, sem repetir as loucuras do passado. Porém as notícias não são nada boas no fim do ano, que insiste em não se encerrar.
O caso Luiz Antônio
Como se não bastassem as más notícias, na última semana veio mais uma: o volante Luiz Antônio entrou na justiça contra o clube, querendo rompimento do contrato, alegando falta de pagamento do FGTS, além das férias e premiação. O Flamengo alega que não deve nada ao jogador. E parece que tem razão. Quem acompanha esses processos de perto, sabe que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) sempre pende para o trabalhador. O procurador do jogador entrou com pedido de desvinculação imediata e não conseguiu. Se não conseguiu é porque não demonstrou provas suficientes de que o Flamengo deve ao jogador o que seu agente alega dever. De qualquer forma Luiz Antônio não será mais jogador do clube, não há mais clima. A menos que se afaste imediatamente do seu agente, retire o processo e peça desculpas à Nação, se reapresentando no dia 8 de Janeiro. Atitude que dificilmente terá.
Para sermos práticos, talvez seja a oportunidade de mandarmos ele definitivamente para o Sporting em troca do Elias (e esta foi justamente a exigência do clube português e talvez o jogador tenha feito isso para forçar a transferência). Que vá embora o quanto antes. Precisamos de jogadores que honrem a camisa e queiram continuar. Se ele prefere disputar Campeonato Português, sonhando se classificar, e ser eliminado em fases preliminares da Champions League, ao invés de jogar uma Libertadores e fazer história no clube que o revelou, que seja feliz bem longe e abra espaço para quem queira jogar.
A suposta multa da Adidas
Outra notícia que vem me dando nos nervos, principalmente por ser uma mentira contada mil vezes, é que a Adidas multará o clube em 10% do patrocínio do ano que vem, devido à equipe não ter terminado o ano em 13º lugar no Brasileirão (se for mantida a punição no STJD).
Em primeiro lugar essa cláusula não existe no contrato. Vejamos a parte que prevê desconto em caso de não classificação para a Copa Sul-Americana:
“13.2 – Se o clube não jogar a Copa Sul-Americana em qualquer ano de contrato, por motivo de não qualificação devido ao desempenho, durante o período do contrato, a Adidas poderá, a seu exclusivo critério, reduzir o pagamento anual e o mínimo garantido ao clube em 10%, a começar com a primeira parcela do pagamento anual devido no ano de contrato imediatamente subsequente a tal falha em se qualificar na forma acima mencionada.”
Vejam que a redução não é automática. Acontece “a seu exclusivo critério” (da Adidas). E mesmo assim só aconteceria “no ano imediatamente subsequente” (do ano que não jogar). Acontece que o Flamengo está classificado para a Libertadores da América, principal competição sul-americana, e não disputaria a Copa Sul-Americana de qualquer forma. Nesse caso ficar em 5º ou 16º tem o mesmo significado. Em nenhuma parte do contrato diz que o Flamengo “tem que ficar em 13º”. O que aconteceu foi uma grande confusão na imprensa, que no início do contrato leu “se não se classificar para a Copa Sul-americana”; daí fez as contas “para se classificar para o torneio tem que ficar em 13º”. A partir daí passou a repetir a premissa: “se não ficar em 13º não se classifica para a competição e tem multa”. É uma inverdade que contada à exaustão virou verdade absoluta. Nem sequer pararam para pensar: “mas classificando para a Libertadores não disputa a Sul-Americana, desta forma não há sentido na multa”. Mesmo assim a multa não é obrigatória e dificilmente seria cobrada. Resumindo: não há multa automática, nem sequer obrigatoriedade de ficar em 13º lugar. O que há é um desejo explícito da Adidas que o Flamengo sempre participe das competições sul-americanas, para expor a marca pelo continente. E este desejo será realizado. Nada mais.
Programa “Anjo da Guarda Rubro-Negro”
Nos meses de agosto e setembro o Flamengo conseguiu ter aprovados diversos projetos para os esportes olímpicos. A verba para estes projetos viria através de Incentivos Fiscais, estaduais e federais, de modo que cada torcedor poderia destinar parte do seu imposto de renda para os projetos, no limite de 6% para pessoas físicas e de 1% para jurídicas. Somados, estes projetos poderiam trazer ao clube o total de R$ 27.267.323,54 (mais de vinte e sete milhões de reais). Até aí tudo bem, parecia que tínhamos resolvido todos os problemas da base olímpica do Flamengo. 27 milhões de reais, somente para formação de atletas, parece um valor bem considerável.
O grande problema é que a data limite para as doações se encerra no dia 27 de dezembro (por coincidência o mesmo dia do julgamento do recurso no STJD), e até o momento foi arrecado apenas R$ 943.305,67 (novecentos e quarenta e três mil, trezentos e cinco reais e sessenta e sete centavos), segundo dados oficiais no site do clube. O maior problema de todos é que, para poder usar o dinheiro e ter seus projetos efetivamente colocados em prática, precisa-se arrecadar um mínimo de 20% em cada projeto, o que representaria cerca de cinco milhões e meio de reais. Caso não consiga arrecadar este valor até a data limite, os valores não vão para o Flamengo e sim para os cofres da União. Ou seja, os projetos seriam um fracasso.
Depois de uma semana péssima, a redenção
Na mesma semana que o Flamengo ficou sabendo que seria julgado pelo STJD pela escalação do André Santos, tivemos derrotas dolorosas no basquete e no Futebol Americano. A derrota no basquete aconteceu no jogo contra o São José, velho conhecido, dentro de casa, por 22 pontos de diferença, numa partida que fomos irreconhecíveis. Já o Flamengo FA perdeu para o Jaraguá Breakers na final do Torneio Touchdown, nos segundos finais, no último lance do adversário. O Flamengo estava com o título nas mãos e deixou escapar.
Mas como a maré ruim não dura para sempre, conseguimos a reabilitação no NBB, vencendo fora de casa o líder Limeira por 88 x 67 e o Bauru por 96 x 94. Vitórias fantásticas que dão moral para defendermos nosso título. Já no Fut7 fomos campeões novamente, desta vez na Liga Nacional. Foi sofrido, brigado, mas valeu muito. Parabéns ao Flamengo Fut7, “campeão de tudo”. Já no Futebol Americano, no ano que vem daremos o troco. Com o time que temos seremos campeões (é só não repetir os erros do final do jogo contra o Jaraguá). Vida que segue.
Espero que a maré mansa continue até dia 27, quando teremos o recurso julgado pelo Pleno do STJD. Precisamos ter, pelo menos, alguns dias de férias tranqüilos, sem notícias ruins e preocupações desnecessárias. Será possível? SRN.
Daniel Mercer
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