À espera do Inter para renovação, Juan reconhece: “Situação atípica.”

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Juan não é muito de sorrir durante suas entrevistas. Mas o zagueiro está feliz. Depois de jogar 53 partidas em 2013 e ser o quarto atleta do Inter que mais entrou em campo, o jogador de 34 anos encerra a temporada satisfeito com a regularidade. Mas ele também está ansioso. O contrato com o Inter só vai até o meio de 2014, e a direção do Colorado ainda não o procurou para tratar de renovação. O defensor quer ficar e espera um contato em breve.
– É uma situação nova na minha carreira. Tenho só seis meses de contrato com o Inter, e até agora não tem nada definido. É uma situação atípica, que não estou acostumado a viver. Tenho que pensar nesses seis meses, que é praticamente o estadual. Depois vai ter a parada para a Copa. Depois vou ver o que vai acontecer, não sei a intenção do Inter nesse momento.
De férias no Rio, Juan faz um balanço positivo do desempenho pessoal na temporada, mas reconhece que o Inter ficou devendo. Apesar do título gaúcho no primeiro semestre, o 13º lugar no Brasileirão foi frustrante.
– Pelo grupo que temos, pelo potencial, pelo que esperavam de nós. Esperávamos chegar na Libertadores, brigar pelo título, mas não conseguimos fazer. Somos profissionais, temos que analisar tudo o que aconteceu. Sabíamos que seria um ano difícil, independentemente de ter plantel ou não. Tiramos lições para fazer coisas melhores no ano que vem.
No ano que vem, o Colorado terá novamente Abel Braga no comando. Jogadores saem, outros chegam, e Juan acredita que 2014 pode ser de sucesso. Na entrevista ao GloboEsporte.com, o zagueiro também falou sobre o Flamengo – clube que o revelou e, vira e mexe, está interessado em contratá-lo -, seleção brasileira, que ele agora só pensa como torcedor, e o movimento Bom Senso F. C., do qual faz parte e é uma das lideranças.
– Muitos jogadores que estão no movimento nem vão usufruir disso. Mas, só em deixar um legado, a gente se sente muito feliz.
Confira a íntegra da entrevista:
Globoesporte.com: No ano de 2013 você conseguiu jogar com frequência, já que quando voltou, em julho de 2012, sofreu com lesões. Foi campeão gaúcho no primeiro semestre, mas no Brasileiro o Inter começou bem e não conseguiu a vaga para a Libertadores. Qual a avaliação individual e coletiva que você faz da temporada?
Juan: No pessoal foi muito satisfatória, fiquei muito feliz com o ano que fiz em termos técnicos e físicos, a resposta que eu dei. Pude jogar, se não me engano, 53 partidas no ano. O Inter jogou sessenta e poucas partidas. É um número muito elevado. Fiquei feliz pela regularidade. O primeiro semestre foi muito bom para o Inter, a gente conseguiu jogar bem o Gauchão, ficar em cima na tabela do Brasileiro. Acho que tivemos principalmente um começo de segundo turno muito ruim, até porque fomos um dos times que foram prejudicados com adiamentos de jogos. No momento que a gente poderia ter engrenado na competição, tivemos jogos seguidos em setembro e outubro. Uma semana em que não conseguimos pontos. No mês seguinte, pagamos pelo cansaço físico. O segundo turno foi muito ruim, longe da nossa capacidade, do que esperavam. Pelo que estou vendo, espero pelo menos que a base fique, porque no próximo ano a gente pode fazer coisas melhores.
Faltou o Beira-Rio também? Você não jogou lá pelo Inter, mas parece que o clube sentiu muito, teve de fazer viagens mesmo quando jogou em casa. Pode ter feito diferença?
São todos esses fatores que influenciam. Essa ausência do estádio influencia muito. Talvez não possa falar com firmeza porque ainda não joguei no Beira-Rio cheio, como o torcedor está acostumado a ver, mas pelo que escutei fazia muita diferença. Muito pior ainda porque muitos dos jogos que a gente mandou foram em Caxias do Sul, tem a viagem. O Atlético-PR, por exemplo, mesmo sem o seu estádio, jogou em Curitiba. É uma outra coisa. Passamos o ano todo viajando, desde o Campeonato Gaúcho. Chega uma hora que o corpo não responde como queremos. Foi isso que aconteceu. Nos últimos dois, três meses, do nosso time faltava alguma coisa na parte física e também na psicológica devido ao desgaste da temporada.
E aí termina 2013 com a sensação de que era para ter ido muito mais longe?
Pelo grupo que temos, pelo potencial, pelo que esperavam de nós. Esperávamos chegar na Libertadores, brigar pelo título, mas não conseguimos fazer. Somos profissionais, temos que analisar tudo o que aconteceu. Sabíamos que seria um ano difícil, independentemente de ter plantel ou não. Tiramos lições para fazer coisas melhores no ano que vem.
O Abel Braga assume, tem uma identificação com o clube, tem conquistas. O quanto isso deixa o Inter mais forte?
O Abel é um treinador importante não só dentro do Internacional, mas dentro do futebol brasileiro. Um dos principais treinadores que temos no país. Ganhou muitas coisas nos últimos anos, identificado com o clube. É importante nesse momento de reconstrução ter uma pessoa no comando identificada, que conheça as dimensões do clube. Espero que possamos entender rápido a filosofia que ele vai passar. Vamos começar do zero com ele. Esperamos que seja um ano muito bom.
Você é um dos líderes do Bom Senso F. C. Essa mobilização dos atletas é algo que já deveria ter ocorrido há mais tempo? Como avalia o trabalho do movimento?
O movimento já é vitorioso, só pelo número de jogadores envolvidos, pelas coisas que reivindicamos. E principalmente pelo bem do futebol. Mas pode ser muito mais se estivermos mais unidos no próximo ano. O movimento só tem três meses, a tendência é ficar mais forte esse ano, e se as pessoas que comandam o futebol também entenderem que o que estamos pedindo são coisas que fazem o futebol brasileiro elevar o seu nível. Até em nível de comparação com Europa, com todo o mundo. Se nos unirmos, todos vão vencer. Fico feliz de fazer parte desse movimento, de também ver os jogadores que fazem parte, que são aqueles que têm história bonita no futebol. E muitos deles em fim de carreira, vejo muita gente falar que são jogadores que não aguentam mais o ritmo. Eu penso o contrário. Muitos jogadores em fim de carreira, que estão bem economicamente, já poderiam nem se importar com o futebol brasileiro, jogar por jogar, ganhar mais um dinheirinho. Mas estamos muito preocupados com o futuro do futebol brasileiro, não com o nosso futuro. Muitos jogadores que estão no movimento nem vão usufruir disso. Mas só em deixar um legado a gente se sente muito feliz.
O Juan aposentado vai ser dirigente, técnico ou nada de futebol?
Não sei ainda (risos). Hoje estou pensando por etapas. Viver esses últimos anos de carreira, que tenha mais um ou dois pela frente. Quando está chegando perto você vê que não tem muito mais tempo e começa a viver intensamente. Talvez descansar um pouquinho, foram 20 anos muito intensos, para depois ver o que vou fazer. Treinador eu acho difícil. Se tem algo que descarto hoje é ser treinador.
Depois de ser um dos jogadores que mais entraram em campo pelo Inter em 2013, o Juan de 2014 virá inteiro, pronto para jogar em alto nível?
Podem esperar sempre a mesma dedicação. O mais importante do futebol é a preparação. Já comecei os treinos em casa, é duro (risos). O recomeço é duro, ainda mais com 34 anos. Mas o prazer de jogar futebol fala mais alto. Já começo antes para entrar em forma. Quando entra em forma, é fácil caminhar.
Pelo que tenho acompanhando, também vieram Ernando e Paulão (zagueiros), são jogadores de muito potencial, que vão ajudar muito nesse ano. Vai ser desgastante, um ano de parada de Copa do Mundo, depois jogos em sequência. Vimos que é importante ter um plantel grande e uma coisa que no Brasil não estamos habituados a ver, que é o rodízio de jogadores para ter na maior parte do tempo muitos jogadores à disposição e bem fisicamente. Dida dispensa comentários. Junto com Muriel, com Agenor, temos goleiros de muita qualidade. O Wellington Paulista fez um campeonato importante com o Criciúma, é um jogador conhecido no futebol brasileiro. Perdemos o Damião (foi para o Santos), mas temos o Wellington, o Rafael (Moura), são atacantes de área. Acho que o grupo é forte, como sempre foi, mas é importante que nesse ano façamos alguma coisa diferente dentro e fora de campo.
Você tem um exemplo lá no Inter, o Índio, que tem 39 anos e está para renovar por mais uma temporada. Até quando pretende jogar e quais são seus planos?
O Índio é único. Índio, Zé Roberto, o próprio Dida. Quem conhece o Índio entende como ele está nesse nível ainda com 39 anos. Uma pessoa fantástica, positividade muito grande, alto astral. Isso faz com que esteja jogando até hoje. Eu não sei te dizer. Chega um ponto que você começa a pensar de ano em ano. Agora é uma situação nova na minha carreira, tenho só seis meses de contrato com o Inter, até agora não tem nada definido. É uma situação atípica, que não estou acostumado a viver. Tenho que pensar nesses seis meses, que é praticamente o estadual. Depois vai ter a parada da Copa. Depois vou ver o que vai acontecer, não sei a intenção do Inter nesse momento. É pensar de ano a ano. Enquanto eu estiver treinando bem, conseguindo jogar num nível alto, vou jogando. Quando sentir que está ficando ruim para mim, é hora de dar uma recuada.
E como estão as conversas com Inter sobre renovação? Já foi noticiado o interesse do Flamengo em contar com você. Qual é a situação?
O Inter por enquanto oficialmente não teve nenhuma conversa. Não sei qual a intenção do Inter. Eu tinha falado no fim do campeonato que é certo que vou me reapresentar com o grupo, até porque tenho contrato. E jogar até o fim do meu contrato. É mais uma parte do Inter do que minha. Até porque depois tem mais uma opção de renovação do Inter, o clube que tem que se pronunciar. Eu me sinto bem em Porto Alegre. Preciso agradecer ao Internacional, que foi o time que me repatriou, que tem muito respeito por mim, e também tenho respeito pelo pessoal que trabalha lá. Teve muita paciência também comigo, porque entendo que nos primeiros seis meses eu não correspondi como eles queriam. Isso me permitiu jogar neste ano como eu joguei. É uma opção deles, uma situação nova. Sobre o Flamengo, o que sei é pela imprensa. Nunca conversei com ninguém do Flamengo oficialmente. Claro que meu nome está sempre ligado ao Flamengo pela identificação que eu tenho com o clube. Tudo que vejo falar é da imprensa, nunca conversei com ninguém, até porque tenho contrato com o Inter.
Recentemente, você esteve envolvido em dois momentos polêmicos com o Flamengo. No ano passado, antes de voltar ao Brasil, o clube tentou te contratar, e o diretor de futebol na época, Zinho, disse que você preferiu a proposta do Inter. Acha que sua imagem ficou arranhada com os rubro-negros?
As pessoas às vezes me falam, mas minha identificação com o Flamengo é uma coisa muito tranquila, acho que até limpa. Sou grato por tudo que o Flamengo me fez, e o torcedor sabe disso. Fui criado dentro do Flamengo, nunca escondi de ninguém que minha opção era voltar ao Flamengo, mas as coisas não aconteceram. Algumas coisas que, se pudesse voltar atrás eu não faria, seria eu mesmo ir negociar com o Flamengo, conversar com o Flamengo. Porque é uma coisa que, por mais que seja identificado com o clube, não é a coisa correta a fazer. E você ouve coisas que não precisaria ouvir. A negociação não aconteceu por diversos fatores. E aconteceu com o Inter porque foi uma coisa bem mais linear, bem mais concreta, e não foi negociado por mim. Teve uma pessoa que me levou para Porto Alegre, talvez por isso a coisa tenha acontecido.
E quase um ano depois da sua chegada você fez o gol da vitória do Inter sobre o Flamengo no Brasileirão e não comemorou. Acha que ali que conseguiu mostrar aos torcedores rubro-negros o que sente pelo clube?
Acho que a repercussão não foi nem pelo fato de não ter comemorado (veja no vídeo ao lado). Foi mais pela minha entrevista depois (em que falou em gol triste e sensação estranha). Voltou o tema, mas foi uma coisa que eu, se você for pegar a minha carreira toda, não sou muito de polêmica antes, durante ou depois do jogo. Foi uma coisa que senti na hora de fazer, até porque foi a primeira oportunidade de expressar meu sentimento pelo Flamengo, pela torcida do Flamengo. Eu fiz, mas sem querer polemizar, sem querer fazer média com o Flamengo ou com a torcida. Só uma coisa que veio de dentro de mim, entendo que o torcedor que gosta de futebol sabe que é normal. É minha profissão, foi coisa do futebol, uma coincidência de se decidir um jogo por 1 a 0, gol no último minuto e gol meu. Mas é passado. Um momento marcante, legal no futebol, coisas que acontecem que ficam marcadas. E vai ficar para mim. Foi uma sensação nova, estranha, porque por mais que você seja profissional, como eu sou, nunca vai imaginar uma situação daquelas. Quando jogava na Europa, tinha todo um outro pensamento de fim de carreira. Não seria fazendo um gol no Flamengo, mas aconteceu. Da mesma forma que tenho a identificação com o Flamengo eu busco com o Inter também. É um grande clube, que me recebeu muito bem.
E diante de tudo isso é inevitável perguntar se você pensa ainda em jogar no Flamengo antes de encerrar a carreira. Está viva essa vontade ou enfraqueceu?
Tenho contrato com o Inter. Na minha idade, não me permito mais pensar adiante, muito além. Tenho que viver de coisas concretas, até porque posso jogar mais um ano, posso jogar mais dois anos. Ninguém sabe. Não tem como falar que quero jogar no Flamengo. Para mim, o mais importante é que seja como sempre foi na minha carreira. Uma coisa boa para as duas partes, justa para as duas partes. Foi assim quando saí do Flamengo, foi uma transação boa para o Flamengo e para mim, por isso fui embora. Tive chance de ir de outras maneiras, mas quis que fosse assim. Foi assim quando saí do Bayern Leverkusen para o Roma, joguei no Roma cinco anos. Quando entendi que tinha chegado o fim do ciclo não fiquei um dia a mais. Foi uma coisa de consenso. Vim para o Inter porque o Inter queria. Vou continuar se o Inter quiser, não vou continuar se não quiser. Penso sempre na minha carreira. Quando é bom para as duas partes, as coisas podem acontecer bem. Quando não é, fica uma coisa estranha. Se o futuro for um dia voltar ao Flamengo, que seja bom para as duas partes. Sem nenhum problema.
Você falou de Copa do Mundo. Nas duas últimas você esteve e viveu o Mundial em 2006 e 2010. Como é chegar nessa época do ano apenas acompanhando a preparação?
Sou muito consciente sobre futebol, das minhas expectativas. Nunca fui um cara de viver de ilusão, até porque as coisas da minha carreira foram sempre muito concretas. Minha história na Seleção foi muito legal, muito bonita, muito grande, mas já passou. Acho que principalmente pelo fato de ver que lá estão jogadores que hoje são unanimidade, como um dia eu fui. Foi uma posição que com a minha saída, depois a saída do Lúcio, teve sempre uma sequência com os mesmos jogadores e de alto nível. Hoje sou só um torcedor.
Hoje quem é o melhor zagueiro do mundo para você?
Thiago (Silva). Nos últimos dois ou três anos tem jogado num nível muito alto. Regularidade, simplicidade. É um jogador que consegue interpretar todas as jogadas da melhor maneira, faz sempre a coisa justa, no momento justo. Isso é muito importante para um zagueiro. Acho que existem outros jogadores que são muito bons, que eu gosto, mas até pelo estilo que ele tem de jogar, que é muito parecido com o meu, se eu tivesse que colocar um nome eu colocaria o dele.
A Seleção conquistou a Copa das Confederações e parece ter encontrado um caminho. Como tem visto a preparação da equipe do Felipão?
Acho que não é surpresa nenhuma. Seleção brasileira foi sempre assim. No momento que se reuniu, que treinou, que focou no objetivo, a resposta é imediata. Jogadores, sempre teve e sempre vai ter. Felipão é um cara que conhece muito esse trabalho de Seleção, de grupo, é bem a filosofia dele. Sabe como tira o máximo de cada um, valorizar os jogadores. O elenco, a Seleção, tem muita qualidade em todas as posições. Basta acertar, treinar, foi isso que aconteceu. Por isso que o Brasil hoje, de novo, é um time muito forte. Independentemente da campanha que fez antes, dos amistosos, vai ser sempre favorito. É o Brasil. Com certeza é muito respeitado por jogar um futebol muito forte, de nível europeu, mas com a classe do futebol brasileiro. E tem jogadores que brilham no mundo todo.
Durante a entrevista você citou os clubes que defendeu na carreira. Qual é o sentimento de olhar para trás e ver o que construiu?
Fico feliz de ver a carreira que eu fiz, às vezes as pessoas não agradecem muito, entendem sempre que poderiam ter feito mais, mais e mais. De vez em quando é bom parar para pensar, olhar e ver o que acontece com outros jogadores, as dificuldades. Fico feliz de saber que com meu jeito de viver, de ser, não trabalho com mídia. Querendo ou não, é mais difícil conseguir espaço. Ainda mais num mundo tão tecnológico, de tanta divulgação, eu vivo um pouco o inverso disso. Mas mesmo assim consegui fazer uma carreira muito sólida, importante ver que passou pelos clubes e deixou coisa boas, os amigos, que as pessoas te querem bem. Quando saí do Roma para o Inter, tive que rescindir meu contrato um ano antes de acabar, numa pré-temporada, não me despedi muito bem das pessoas, da torcida. Estive em Roma recentemente, fui visitar os amigos e você vê como as pessoas te querem bem, que deixou saudade. É o mais importante do futebol para mim.
Você é um dos líderes do Bom Senso F. C. Essa mobilização dos atletas é algo que já deveria ter ocorrido há mais tempo? Como avalia o trabalho do movimento?
O movimento já é vitorioso, só pelo número de jogadores envolvidos, pelas coisas que reivindicamos. E principalmente pelo bem do futebol. Mas pode ser muito mais se estivermos mais unidos no próximo ano. O movimento só tem três meses, a tendência é ficar mais forte esse ano, e se as pessoas que comandam o futebol também entenderem que o que estamos pedindo são coisas que fazem o futebol brasileiro elevar o seu nível. Até em nível de comparação com Europa, com todo o mundo. Se nos unirmos, todos vão vencer. Fico feliz de fazer parte desse movimento, de também ver os jogadores que fazem parte, que são aqueles que têm história bonita no futebol. E muitos deles em fim de carreira, vejo muita gente falar que são jogadores que não aguentam mais o ritmo. Eu penso o contrário. Muitos jogadores em fim de carreira, que estão bem economicamente, já poderiam nem se importar com o futebol brasileiro, jogar por jogar, ganhar mais um dinheirinho. Mas estamos muito preocupados com o futuro do futebol brasileiro, não com o nosso futuro. Muitos jogadores que estão no movimento nem vão usufruir disso. Mas só em deixar um legado a gente se sente muito feliz.
O Juan aposentado vai ser dirigente, técnico ou nada de futebol?
Não sei ainda (risos). Hoje estou pensando por etapas. Viver esses últimos anos de carreira, que tenha mais um ou dois pela frente. Quando está chegando perto você vê que não tem muito mais tempo e começa a viver intensamente. Talvez descansar um pouquinho, foram 20 anos muito intensos, para depois ver o que vou fazer. Treinador eu acho difícil. Se tem algo que descarto hoje é ser treinador.
Depois de ser um dos jogadores que mais entraram em campo pelo Inter em 2013, o Juan de 2014 virá inteiro, pronto para jogar em alto nível?
Podem esperar sempre a mesma dedicação. O mais importante do futebol é a preparação. Já comecei os treinos em casa, é duro (risos). O recomeço é duro, ainda mais com 34 anos. Mas o prazer de jogar futebol fala mais alto. Já começo antes para entrar em forma. Quando entra em forma, é fácil caminhar.
Fonte: GE
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