Copa do Brasil rendeu milhões ao Flamengo e sócio-torcedores.

Marcado inicialmente pelo anúncio de R$ 750 milhões em dívidas e de reestruturação do clube, 2013 se transformou para o Flamengo num ano de ampliação de receitas, conquista da Copa do Brasil e de uma vaga na Libertadores da América. O título representou dinheiro extra nos cofres do clube. Só em bilheteria com as partidas no Maracanã contra Cruzeiro, Botafogo, Goiás e Atlético PR, o clube faturou R$ 9,524 milhões, já descontados gastos com o estádio e com o consórcio Maracanã SA.

Outra receita importante veio das premiações. Somente a Libertadores deu ao time da Gávea R$ 3,450 milhões – R$ 3 milhões da CBF, R$ 300 mil da Adidas e R$ 150 mil da Peugeot. O Flamengo ainda faturou outros R$ 3 milhões ao longo da competição por ter avançado em todas as fases até chegar à final. Para o consultor de gestão esportiva da BDO Brazil, Pedro Daniel, o sucesso financeiro dentro de campo foi muito rápido: “Desde o início, a gestão vendeu que seria um ano difícil, de reestruturação, de pagamento de dívidas, para que em três anos o Flamengo voltasse a disputar títulos”. O diretor financeiro do clube, Paulo Dutra, comemorou a conquista, mas salientou que a reestruturação está em andamento e levará mais de um ano.

Por conta da conquista da Copa do Brasil, o clube viu ainda as adesões a seu programa de sócio-torcedor se multiplicarem. Dos 37.664 associados, no fim de setembro, quando ainda estava nas quartas de final, o programa chegou a 60 mil na semana do título. O número aumentou devido à confiança no clube e também às vantagens oferecidas, como prioridade na compra do ingresso. Isso resulta em uma receita mensal de R$ 3 milhões. Como na assinatura do programa é obrigatória a fidelidade por no mínimo 6 meses, pelo menos R$ 18 milhões em receitas estão garantidos.

Segundo o consultor da BDO Brasil, o sucesso dentro de campo potencializa as receitas, mas também destaca a força do programa: “As vitórias trazem aquela parcela de torcedores que são consumidores, mas o caso do sócio-torcedor que, no início foi marcado por uma campanha mais fraca do time dentro de campo, pode ser considerado um exemplo de sucesso”. Apesar dos resultados positivos, Daniel destaca que o projeto ainda pode ser aperfeiçoado no futuro. “O sócio-torcedor do clube já foi modificado, mas ainda falta, não só ao Flamengo mas também aos outros clubes, ativar o patrocínio. Não só estar com a marca na camisa, mas promover a relação do patrocinador com os torcedores. Acredito que esse será o próximo passo.”

O sócio-diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, acredita que o clube está certo ao focar no sócio-torcedor como fonte de receita “O Flamengo tem um potencial gigantesco para receitas com o programa e o foco tem sido este, já que o torcedor é seu maior patrimônio”. Na semana da final, a de 26 de novembro, o clube já havia divulgado um aumento de 23,5% da receita nos nove primeiros meses do ano. O faturamento saltou de R$ 131,4 milhões, de janeiro a setembro de 2012, para R$ 162,3 milhões no mesmo período deste ano. Outro ponto de destaque foi a redução da dívida. Ainda de acordo com os números apresentados pela diretoria rubro-negra, a dívida caiu de R$ 750 milhões para R$ 650 milhões. Para Daniel, a reestruturação foi mais rápida do que o esperado para o primeiro ano de gestão. “Mais importante do que o aumento de receitas foi a redução de custos. Pagar as dívidas foi bem surpreendente pelo histórico do clube.”

Ferreira admite que as dívidas arranharam a imagem do time nos últimos anos, mas que a transparência na nova gestão já mudou a forma como as empresas viam o clube. “Boa parte da torcida do Flamengo ouviu a vida inteira que o clube atrasa salários – isso há 20 anos – e esta mudança era necessária. Essa é a mais simbólica das mudança de gestão, assim como o acordo com a Receita e a conquista das CND” [certidões negativas de débito, que demonstram que ele está em dia com a Receita].

Com a conquista da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores no próximo ano, a expectativa de ampliação de receita é ainda mais promissora. “A Libertadores traz mais receitas indiretas do que diretas.

Os valores pagos como direitos de transmissão e de premiação são muito baixos, inferiores aos das nossas competições. A receita vai vir da bilheteria e do que a Libertadores traz, que é visibilidade em outros países, interesse das marcas”, diz Daniel. O clube pretende captar recursos por meio de projetos incentivados. O dinheiro irá para esportes olímpicos e obras do centro de treinamento, além de iniciativas extra-campo.

Fonte: Brasil Econômico

Coluna do Flamengo

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