Ave Cesar!
Para um ano onde a provação esteve acima da afirmação em sua maior parte do tempo, fechar a temporada com um jogo de entrega de faixas de campeões pode ser considerado um privilégio. Em um jogo que nada valia, a presença da Magnética apostava em uma atuação que pudesse levar o Brocador a conquistar a artilharia do Campeonato Brasileiro.
Os times não tinham sua força total. Do lado Celeste ouvi o argumento de que jogavam com o time reserva. Mas vejamos. O goleiro deles é fraco, mas contou com a inocuidade de nosso poder ofensivo após a saída de Paulinho, por contusão. O lateral direito Mike é considerado melhor que o titular Ceará. Na zaga havia um titular, e outro que entrou em várias oportunidades. Na lateral esquerda, Everton não é pior que o conhecidíssimo Egídio.
Leandro Guerreiro, Souza e Tinga já foram titulares em outros times grandes, e no próprio Cruzeiro. O Elber que entrou é xodó da torcida deles. Lucas Silva é uma das revelações desta competição. E Júlio Batista foi contratado para ser titular dessa equipe. No ataque, Luan e Vinícius Araújo fizeram muitos gols na temporada. Apenas o Lucca que eu não conheço, mesmo morando em Belo Horizonte.
Mas o ponto forte do time mineiro é o treinador Marcelo Oliveira, que claramente obteve um padrão de jogo que é evidente, mesmo quando Ricardo Bueno, Borges e Everton Oliveira não entram em campo. Pena mesmo foi o Dedé não jogar, face a suas habituais contribuições para nosso Flamengo.
Vejo esse jogo como uma espécie de seletiva para o futuro de nosso elenco. O goleiro Cesar soube aproveitar como poucos, tendo uma atuação que, pelo menos para mim, não surpreendeu. Quem viu a Copa São Paulo que esse menino disputou e ajudou o Flamengo a conquistar em 2011 e, principalmente a atuação que teve contra o Bahia na final, com certeza torcia para ele estrear no time principal. Não será o titular de imediato, mas nos confere a convicção de que no gol não há necessidade em se gastar com contratação.
Contratações desnecessárias na zaga, salvo se Chicão sair, pois parece que tem proposta do Japão. Samir e Wallace demonstraram condições para serem a dupla ideal para o Mengão. Mas quero enfatizar que Gonzales, em um esquema com três zagueiros também tem vaga. Já com dois zagueiros, o “chileno” deixa a desejar na velocidade, apesar de ser muito bom na bola aérea.
Claramente necessitamos de dois laterais, pois Léo Moura tem limitadores na idade, e André Santos não possui o condicionamento físico e seriedade suficientes para jogar no Flamengo. João Paulo no máximo é para compor banco e Digão poderia voltar para a Escolinha para ver se aprende a jogar futebol.
No meio, Amaral ganhou o respeito de toda a Nação, e permite que dispensemos Cáceres. Elias é titular absoluto e Luiz Antonio é nosso 12º titular. No ataque, Hernane é gol, arrebentou em 2013 e se credenciou para manter o Manto Sagrado como segunda pele. Eu queria muito que Carlos Eduardo vingasse, mas é perfeitamente possível encontrar alguém mais comprometido para ser o camisa 10 do Flamengo em 2014.
A barca é até fácil de ser montada: Val (que consegue irritar até o grande Seu Carlino, meu pai), Bruninho, Diego Silva, Marcelo Moreno. O tal do Nixon pode ser emprestado, vendido, colocado em comodato para o rebaixado Fluminense ou Vasco. Difícil mesmo é saber o que fazer com o esquálido Gabriel, que tanto custou aos cofres do Clube, e que tão pouco rendeu pelo Fla na temporada.
Confesso que quando foi divulgada a tabela deste brasileirão eu tinha receio do que poderia ser esta última partida contra o Cruzeiro. E olha que eu acreditava muito na possibilidade do Flamengo ser campeão da Copa do Brasil. Mas nossa situação para 2013 era esperada por boa parte da Torcida. O título obtido no mata-mata é mais importante do que poderíamos imaginar, ele pode ser a esperança de uma equipe bem mais forte para disputar a Libertadores e, conseqüentemente, as demais competições que disputaremos no próximo ano. Até por que, vale muito a pena refletir que os cariocas rebaixados nos proporcionaram 10 dos suados 49 pontos que nossa equipe conquistou na competição que se encerrou neste fim de semana.
E foi nesse clima que o Flamengo concluiu sua participação na temporada. Mas não nos iludamos, a próxima não será fácil. Pelo contrário, tem tudo para ser ainda mais difícil que a deste ano. Mas parece que o alicerce para novas conquistas foi plantado pela atual filosofia. Afinal, é muito bom ver que o Flamengo voltou a ocupar com destaque as páginas esportivas, ao contrário de freqüentar os noticiários policiais.
Cordiais Saudações Rubro-Negras!
Ricardo Martins é membro da Embaixada Fla-BH