Eu devo ser muito novo pra querer entender algo tão complexo como as leis exercidas e suas punições. Mas eu me lembro de quando ainda era moleque e aprendia que a legislação havia sido criada para que a justiça prevalecesse. Mas o que nós vemos nos dias de hoje, principalmente nos últimos, é que existe uma força maior que a moralidade com a qual se estipulam tais leis.
Antes que digam que esse post é parcial, pois se trata de uma coluna do Flamengo, aviso que não pretendo me referir aos erros cometidos pelos setores jurídicos de Flamengo e Portuguesa. Pois eles erraram sim, uma vez que sabiam da possibilidade de segundas interpretações quanto às escalações dos dois jogadores. Isso, eu não tenho nem como discordar. A questão a qual me refiro é a de que a justiça não prevaleceu nesse caso, por falta de uma avaliação melhor da maneira como esses clubes deveriam ser punidos. De modo que o jogo acabou sendo superado pela instituição.
Estamos falando de três times de campanhas distintas dentro do campeonato: Dois que precisaram de apenas 37 rodadas limpas para se garantir na primeira divisão por conta própria e um que capengou até a última segunda-feira. E a decisão dos tribunais resolve por colocar o último acima dos outros dois times devido a um erro que independente de ter acontecido, não mudaria em nada os resultados da tabela; os campeões ainda seriam os campeões e os rebaixados ainda rebaixados.
“Mas as leis foram feitas pra serem cumpridas” – Irão dizer. Deixando a hipocrisia de lado… As leis têm de ser cumpridas, mas as punições já poderiam ser revistas. Principalmente quando estas deixam de favorecer os prejudicados e passam a dar esperança aos necessitados. É o tipo de atitude que se toma quando se percebe que a execução dos regulamentos deixa de trazer valores morais aos descumpridores delas. É preciso interpretar as diferentes situações em que cada infração se constitui. Tão simples quanto foi dito: Causou alterações diretas nos resultados? Perdem-se os pontos. Não causou? Multa. Afinal, já cansamos de usar nosso “jeitinho” pra interpretar outras questões jurídicas. Pelo menos, desta vez ela traria algum benefício.
Eu me pergunto, onde estaria o mérito daqueles que lutaram em campo. Que tiveram de treinar forte para derrotar equipes mais bem preparadas e somar os pontos necessários. Onde está a moral naqueles que se beneficiaram do julgamento sabendo que não conseguiriam se livrar da humilhação de outro jeito? Onde está a justiça dentro disso tudo?
Por: Reinaldo Rodrigues