O empresário de Luiz Antonio, Francisco Dambrós, explicou o conteúdo do e-mail publicado neste sábado pelo GloboEsporte.com no qual supostamente negociava com a empresa do ex-presidente do Flamengo Edmundo dos Santos Silva o futuro do atleta. Ele esclareceu que não negociava o volante, mas somente os 10% dos seus direitos econômicos concedidos pelo clube no lugar das usuais luvas contratuais. Segundo Dambrós, a prática de clubes cederem percentuais a jogadores para fazerem dinheiro no mercado é comum, especialmente quando os cofres não permitem o pagamento de luvas na assinatura de novos acordos. Hoje, o Flamengo tem 90% dos direitos econômicos sobre o jogador.
Dambrós afirmou que no e-mail original havia anexada uma minuta contratual, que diria justamente que a negociação se limitava a 10% dos direitos econômicos sobre o jogador. No email enviado no dia 11 de novembro, ele diz que havia outros interessados em negociação, como “fundos de investimento, investidores pontuais particulares ou agências de jogadores de futebol”.
– Esse e-mail está incompleto. Não tem a minuta onde se fala claramente que a negociação envolvia apenas 10% do direito econômico do atleta. Os direitos econômicos foram dados a ele no contrato que tem com o Flamengo. Os clubes dão esses direitos, principalmente o Flamengo aqui no Rio, vários jogadores têm percentual. Porque eles não têm dinheiro ou não tinham dinheiro para pagar luvas, então oferecem os direitos econômicos para ele ir no mercado e fazer dinheiro. Por exemplo, o jogador ganha lá cinco, seis mil reais. Mora no subúrbio, aí passa a ganhar 20, 25 mil e quer vir morar em Vargem Grande, no Recreio, ele precisa de dinheiro para fazer isso, mobiliar a casa, alugar a casa, então como o clube não pode dar luvas, costuma dar o direito econômico. E o jogador vai ao mercado. Foi o que o Luiz Antonio fez. Há uma coicidência que a empresa do outro lado é de um ex-presidente, mas muito antes de o Edmundo ser presidente do Flamengo ele já tinha essa empresa que é um fundo de investimento e de captação de investidores. Não fomos só até ele – disse Dambrós.
Ao comentar sobre os argumentos expostos no e-mail de que as “especulações para a janela de janeiro” já estavam em andamento e dando conta das atuações do volante contra o Goiás, pela Copa do Brasil, Dambrós afirmou:
– A minha argumentação ali, de janela, essas coisas todas, é argumentação de vendedor. Estava ali defendendo o meu produto.
Luiz Antonio entrou em litígio com o Flamengo pouco após o fim da temporada, ainda em dezembro. O jogador pediu na Justiça a quebra de seu contrato, que dura até 2016. Ele alegou vencimentos atrasados, como férias, bonificações e luvas – o clube nega qualquer dívida. O volante, porém, ainda não foi bem-sucedido no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Em duas oportunidades, o pedido de antecipação de tutela foi negado e, em outra, o mandado de segurança.
Por conta do imbróglio na Justiça, o volante não trabalha com os companheiros desde o último dia 8, data da reapresentação do elenco após as férias. Neste período, o Flamengo já se colocou à disposição para receber o jovem de 22 anos e garante não ter qualquer objeção a respeito da reintegração. Luiz Antonio, por sua vez, mantém a postura e já perdeu metade do salário do mês de janeiro. Uma nova audiência está marcada somente para o dia 2 de setembro. O empresário do volante garante que irá até as últimas instâncias pela liberação imediata do cliente.
Enquanto a indefinição se arrasta, as chances de Luiz Antonio seguir para a Europa são baixas. A janela de transferências se encerra na próxima sexta-feira. Sem a liberação, há uma restrição dos próprios clubes do Velho Continente para abrir negociação.
Fonte: GE