“Tijolo era uma pessoa do bem, passional, que defendia suas posições com vigor, mas sempre de forma educada”. Assim definiu o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, a personalidade do conselheiro do clube e vice-presidente da Acadêmicos do Salgueiro, Marcello da Cunha Freire, o MarcelloTijolo, morto depois de ser baleado na noite de terça-feira (14), em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio.
Ele foi enterrado pouco depois das 12h30 desta sexta-feira (17), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, sob aplausos, com o caixão coberto pelas bandeiras do Flamengo e do Salgueiro. Os presentes também cantaram o hino do clube e da escola de samba, e o cortejo foi marcado pelo toque do surdo tocado por Mestre Marcão.
Ele morreu na madrugada de quinta-feira (16), no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para onde tinha sido transfierido na tarde de quarta-feira (15). Baleado na coxa, no braço e no abdômen, ele foi inicialmente socorrido no Hospital Souza Aguiar, onde passou por uma cirurgia geral e outra ortopédica para a retirada das balas.
Mello disse que tinha pouco contato com ele, que o conheceu durante a campanha para eleição no clube, mas que sabia que ele era um apaixonado pelo time.
“Ele me ajudou muito na campanha e foi o primeiro a pensar na ideia de uma estátua para lembrar os 60 anos de Zico. Não tinha muita contato com ele, mas nas reuniões do conselho deliberativo do clube ele sempre defendia seus pontos de vista com muita firmeza. Era um apaixonado pelo clube”, disse Mello.
No enterro onde compareceram cerca de 300 pessoas, de acordo com a adminstração do cemitério, entre parentes, amigos, integrantes de várias escolas de samba do Rio e do Clube de Regatas do Flamengo, o clima de mistério tomava conta do ambiente. A presidente do Salgueiro, Regina Celi, passou mal e saiu cedo do velório. As pessoas evitavam comentar o atentado e preferiam lembrar o carinho que ele tinha pelo Salgueiro.
“Ele foi o principal defensor da criação da vila olímpica da escola de samba. Lutou muito por ela. Acho que a presidente deveria batizá-la com o nome dele”, disse uma integrante da Velha Guarda do Salgueiro, que não quis se identificar.
O deputado Chiquinho da Mangueira, de quem Tijolo era assessor parlamentar, disse que a morte dele é um mistério. Ele contou que não estava no escritório.
“Soube que ele foi baleado em frente a um bar, depois de ter saído do escritório. Trabalhava com ele desde 2002. Era um sujeito calmo, alegre, do bem. Nunca reclamou de nada e com certeza não tinha inimigos. Ele não andava com seguranças e nem eu. A polícia vai ter de esclarecer o que aconteceu, ninguém sabe se foi assalto ou não, disse Chiquinho, dizendo desconhecer a existência de alguma desavença política ou relacionada a carnaval.
Segundo amigos, a família não disse qual foi a causa da morte de Tijolo.
Fonte: g1