O elenco do Flamengo se reapresenta para a temporada de 2014 à tarde no Ninho do Urubu, mas será à noite, na Gávea, o primeiro grande momento do clube no ano. Às 19h, o Conselho Deliberativo do clube terá reunião para apreciar e decidir se aprova ou não o novo contrato com o Consórcio Maracanã S.A. A expectativa é grande por conta da disputa da Libertadores neste ano.
O acordo assinado em julho de 2013, depois modificado e aprovado pelo Conselho Deliberativo em outubro do mesmo ano se encerrou no fim da última temporada. A atual proposta tem algumas mudanças relativas aos últimos termos e contempla um acerto por três anos. A planilha de arrecadação proporcional ainda existe, agora com seis faixas.
Antes, no entanto, a arrecadação do Flamengo variava de 50% a 72% da renda. Agora, o clube pode abocanhar até 74% do faturamento líquido em grandes jogos, como a final da Copa do Brasil, com quase 60 mil pagantes e que teve renda bruta de R$ 9,7 milhões. Os valores pré-estabelecidos mudam de faixa a cada R$ 500 mil de renda e o piso da faixa mais alta compreende um montante acima de R$ 3 milhões. Em suma, quanto mais torcida, maior a arrecadação do clube.
Pela falta de acordo com o Consórcio Maracanã, o Flamengo ainda não pôs à disposição dos sócios-torcedores os ingressos para as partidas da fase de grupos da Libertadores, já definida. Em caso de aprovação nesta quarta-feira, as entradas serão liberadas em dez dias e o clube já planeja um orçamento mais polpudo em 2014.
“A receita de ingressos, sócio-torcedor, patrociníos e tv serão superiores a R$ 300 milhões. Um aumento de 50% por cento comparado com as receitas de 2013”, disse o vice de finanças do clube, Rodrigo Tostes, responsável por comandar as negociações com o Consórcio Maracanã S.A.
Nesta conta entram as vendas de camarotes no estádio, o que foi impossibilitado pelo acordo de curto prazo assinalado em 2013. Nas discussões com o Consórcio Maracanã, o Flamengo aumentou a possibilidade de arrecadação nesta área e confia que, em caso de um acerto de três anos, as vendas serão mais fáceis.
No restante, os termos são bem parecidos com o último contrato. As despesas com cada torcedor estão estipuladas em R$ 10, assim como o custo operacional do estádio, que continua com valor máximo de R$ 300 mil para divisão igual entre Flamengo e Consórcio. Se o valor ultrapassar este montante, os administradores do estádio assumirão a diferença. Na temporada, dez jogos com mando do Flamengo poderão ser disputados em outras praças.
O contrato também admite que a Odebrecht, empresa com 90% no Consórcio Maracanã S.A., vai estudar a viabilidade de construção de um estádio na Gávea, pedido já feito pelo ex-presidente Marcio Braga em outubro. Caso o contrato não seja aprovado nesta noite no Conselho Deliberativo, o Flamengo terá de negociar jogo a jogo. Diante desse quadro, a diretoria cogita uma volta ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília, como foi feito em 2013.
Fonte: ESPN