Em busca do bi da Libertadores, o Flamengo voltou suas atenções para o mercado sul-americano e acertou a contratação de dois jogadores: o zagueiro equatoriano Frickson Erazo, do Barcelona-EQU, e do meia argentino Lucas Mugni, Colón-ARG.
Com isso, o clube repete as apostas dos últimos anos. No entanto, se o rendimento dos novos reforços for similar à grande parte dos estrangeiros mais recentes que passaram pela Gávea, a torcida rubro-negra tem motivos para ficar preocupada. O Yahoo Esporte Interativo lembrou dos atletas “vizinhos” que atuaram no Mais Querido na última década.
Na lista de 13 jogadores, dá para notar que o Flamengo não tem tido muita sorte com os sul-americanos. Prova disso é que, forçando a barra, apenas quatro deles foram classificados como destaques positivos por nossos critérios. Maxi Biancucci e Bottinelli, por exemplo, dividem a opinião dos torcedores. O restante, que vai de Peralta a Fierro, sem dúvidas, não deixou saudades.
Relembre os jogadores da América do Sul que vestiram o vermelho e preto nos últimos anos:
Destaques positivos:
“El Tigre” Ramírez – O paraguaio Cesar Ramírez chegou ao Flamengo em 2005 e virou um dos grande xodós da torcida rubro-negra. O “El Tigre” marcou gols decisivos e foi um dos responsáveis por salvar o clube do rebaixamento. No ano seguinte, porém, caiu de produção e foi devolvido ao Cerro Porteño. Jogou 32 vezes, marcou 11 gols e participou do título da Copa do Brasil.
Maxi Biancucchi – O argentino não teve uma boa média de gols por jogo (0,10), mas mostrou a raça que a torcida exige e sempre se doou bastante em campo. Além disso, ninguém esperava muito de sua contratação e muitos acharam que Maxi chegou ao Flamengo apenas por ser primo de Messi, mas o atacante fez um bom Campeonato Brasileiro em 2007, com constantes jogadas perigosas pelos lados do campo. Além disso, conquistou a galera pouco após a sua chegada ao marcar o gol da vitória em um Fla-Flu. No último ano, Biancucchi teve ótimo desempenho no Vitória, onde marcou 17 gols.
Bottinelli – No Flamengo existe um paradoxo e as vezes o jogador não precisa ser ‘bom’ para cair nas graças da torcida, basta marcar gols importantes e, principalmente, mandar bem em clássicos. Bottinelli sempre ficou vagando entre os titulares e reservas, sem nunca conseguir se firmar. Ótimo cobrador de faltas, o meia infelizmente sofreu muitas lesões, o que prejudicou bastante sua passagem pelo Rubro-Negro. Mas, apesar disso, o argentino tinha o dom de entrar em jogos complicados e puxar um coelho da cartola. ‘El Pollo’ pode não ter tido muita regularidade, mas marcou gols inesquecíveis. Pergunte a um amigo tricolor e ele com certeza vai se lembrar de algum.
Maldonado –Peça chave na conquista do hexa brasileiro do Flamengo. Chegou no meio da temporada e foi um dos responsáveis pela arrancada do Rubro-Negro para o título. Inclusive, marcou seu único gol em confronto direto contra o Atlético-MG. Depois com as seguidas lesões, o volante não teve mais a regularidade do início. Ficou no clube até o fim de 2012. Disputou 75 partidas com a camisa do time da Gávea.
Destaques negativos:
Peralta –“Contratado por DVD”, o meia uruguaio gerou expectativa na torcida do Flamengo por ter atuado na Inter de Milão e pelos belos lances de seu vídeo. No entanto, nas 20 vezes que entrou em campo foram apenas quatro gols marcados e poucas jogadas marcantes. Um deles, na campanha do título da Copa do Brasil em 2006.
Sambueza – A expectativa sobre os que usam a camisa 10 de Zico é naturalmente maior e Sambueza sucumbiu a essa pressão. Bom jogador em seus tempos de River Plate, o canhoto pouco atuou pelo Flamengo (sete jogos) e não empolgou a maior torcida do Brasil. Teve boas experências depois que saiu, sendo inclusive sondado para conseguir a nacionalidade mexicana e defender a seleção azteca. Mas se alguém de lá vier pedir referências ao rubro-Negro carioca não vai ouvir coisas boas…
Fierro – O chileno teve muitas chances de provar que merecia ser titular – atuou 95 vezes pelo Rubro-Negro -, mas poucas vezes convenceu a torcida. Esse bom número de jogos devia-se a polivalencia do atleta, que era utilizado em qualquer posição da faixa direita do campo variando com a necessidade do jogo, mas é importante lembrar que em muitas vezes o jogador entrou nos minutos finais. Tirando o cruzamento para um gol de Adriano contra o Atlético-MG, na campanha do hexacampeonato, é difícil lembrar lances decisivos do jogador.
Gavilán –Após boa passagem pelo Internacional, Gavillán chegou ao Flamengo lesionado em 2008 e, por isso, assinou um contrato de risco. Atuou em apenas cinco jogos e não deixou saudades na torcida rubro-negra. O paraguaio esteve no grupo campeão carioca daquele ano.
Hugo Colace –Fica até difícil avaliar como foi a passagem de Hugo Colace pelo Flamengo, já que o argentino só apareceu em campo míseras cinco vezes. Apesar de ter feito parte de uma ótima seleção argentina sub-20, que contava com Tévez e Mascherano, o volante nunca convenceu nos treinos e a julgar pelo seu histórico pós-Flamengo a comissão técnica do time carioca estava certa: Colace teve seus melhores momentos pelo modesto Barnsley, da Inglaterra, e depois acabou no ainda mais modesto Tecos, da segunda divisão mexicana.
Borja – De marcante na sua passagem pelo Flamengo em 2010, somente o drible que levou do meia Felipe em um clássico contra o Vasco. Sem espaço, o colombiano, que atuou em apenas sete partidas, chegou a ser “rebaixado” para o time Sub-23 antes de sair do clube.
Marcelo Moreno –Contratado para ser a grande estrela do Flamengo em 2013, Marcelo Moreno teve um bom início, mas depois decepcionou. Com a saída do técnico Mano Menezes e por conta de uma lesão na coxa, o boliviano perdeu espaço e viu o seu reserva imediado Hernane brilhar no ataque rubro-negro. Em 21 jogos disputados, marcou cinco gols. Destes, dois foram feitos na campanha do título da Copa do Brasil.
Cáceres – O paraguaio chegou com a experiência de uma Copa do Mundo e de diversas Copas Libertadores disputadas pelo Libertad, mas apesar de ser um bom marcador faltou se adaptar melhor ao esquema exigido pelo Flamengo. Cáceres com certeza tem mais recursos técnicos do que Amaral, mas não mostrou a mesma gana e fôlego que o ‘pit-bull’ exibiu na reta final de 2013. Ainda pode brigar para voltar ao time, mas por enquanto está abaixo da expectativa.
González –Comparado a alguns atletas que também estão na lista de ‘negativos’, González não é dos piores, mas o zagueirão com certeza não correspondeu as expectativas e dificilmente vai conseguir recuperar a vaga de titular, já que o elenco agora conta com sete zagueiros. No começo, o chileno até se saiu bem no jogo aéreo – atributo que credenciou sua contratação -, mas o mau posicionamento e a lentidão foram os motivos de muitos gols sofridos pelo rubro-negro.
Fonte: EI