O Vasco é vice, o rubro-negro escreve gato com jota, o alvinegro chora e o Fluminense jamais cairá. Não fossem essas inocentes provocações decretadas com a eloquência de quem roga praga, o futebol teria menos graça. É perda de tempo tentar mudar o tom dessa prosa. Tais chavões já viraram verdade absoluta na mesa quente de bar ou na gelada rede social.
Escrevo porque despertei a ira de alguns – não muitos – leitores na tarde de domingo quando, entre um ou outro copidesque, puxei o tapete dos tricolores no meu perfil de Facebook: ‘Qual é a semelhança entre o Fluminense e a temperatura do Rio?’, perguntei. Nem cheguei a responder. A brincadeira só não foi parar no tapetão porque o STJD está em recesso.
Acusaram-me até de incitar a violência contra criancinhas que usam a camisa do Fluminense. Ora bolas, logo eu, filha de um fanático tricolor, que já tive alguns desses uniformes na infância…
Vamos deixar de hipocrisia. O bandido que agride alguém que veste a camisa do Fluminense é o mesmo que pisa na cabeça de um vascaíno ou atleticano até a morte. O marginal não precisa de nenhum motivo para xingar, espancar ou matar. Ele o faz por um simples motivo: é um delinquente que, depois de sujar as mãos de sangue, descansa no berço da impunidade.
Portanto, devolvam o meu humor. Sem guerra, sem briga, sem teoria da conspiração. Viva o futebol, viva a alegria! O segundo que curtir esse texto é vascaíno; quem não compreender é rubro-negro; quem se emocionar é alvinegro, e quem me processar é tricolor.
Fonte: Blog da Marluci Martins