A ida definitiva para Guadalajara (MEX) em 2008 rendeu a Daniel Castro o início da relação com o atual técnico da seleção do México, Miguel Herrera, e uma rede de contatos nos clubes locais. O brasileiro, que trabalhou com vídeos para jogadores no país e em clubes como Portuguesa e Palmeiras nos anos 90, filma partidas dos mexicanos e vende o conteúdo. Um dos últimos trabalhos foi encomendado pelo Atlas, que enfrentaria o León, adversário do Flamengo nesta quarta-feira, pela Libertadores.
O rival na estreia do Rubro-Negro na competição sul-americana tem como traços marcantes o rápido contra-ataque e uma variação do sistema nas partidas dentro e fora de casa.
– Apesar de ser um 3-5-2, é um time ofensivo que joga e deixa o outro time jogar. Quando atuam fora, em vez de dois homens à frente, o técnico joga só com um jogador como referência – analisou Daniel.
O zagueiro Rafael Márquez e o atacante Mauro Boselli, talvez, sejam os mais conhecidos para o torcedor rubro-negro. O atual campeão nacional, por sua vez, tem a base que é da seleção do México e alguns jovens valores que merecem atenção.
– Eles têm um jogador, Carlos Peña, que é um volante, mas chega muito bem ao ataque. Sempre faz gols. O camisa 10, Luis Montes, também da seleção, é outro bom jogador. Ainda tem o colombiano Eisner Loboa, um meia/lateral e funciona muito bem no time – apontou o brasileiro.
Para o Flamengo surpreender os Panzas Verdes no Nou Camp, Daniel Castro recomenda a equipe de Jayme de Almeida explorar a lentidão do sistema defensivo do León.
– Rafael Márquez atua como o líbero de zaga. É muito técnico, mas é lento, assim como os outros que jogam com ele. Os atacantes do Flamengo podem se sobressair. Além disso, o time tem um goleiro jovem – comentou o brasileiro.
NO MÉXICO
O projeto de Daniel Castro para trabalhar no México começou a ser esboçado em 2004, quando ele teve a oportunidade de ir para o país por meio do atacante Robert, ex-Palmeiras e Cruzeiro.
– Sou padrinho de casamento dele e o acompanhei quando foi para o Atlas. Gostei da cidade e disse que um dia voltaria. E isso aconteceu em 2008, quando Robert foi contratado pelo Monterrey – contou.
Seis meses depois, Daniel recebeu um convite do Estudiantes Tecos, clube que fica próximo a zona metropolitana de Guadalajara. Foi lá que ele conheceu Miguel Herrara, técnico do time na época.
– Tinha feito um vídeo para um jogador deles. O pessoal viu e aprovou. O técnico, então, me chamou para trabalhar por lá – disse Castro.
Apesar de atualmente não ter vínculo algum com clubes, Daniel recebe muita demanda de vídeos em função das constantes mudanças das equipes durante a temporada.
– Aqui é igual a Europa e temos dois torneios ao longo do ano. E há muita alteração dos times entre o Apertura e Clausura. Então os times querem conhecer contra quem irão jogar – explicou.
Fonte: Lancenet