Qualquer análise sobre a performance do Flamengo fica muito prejudicada pela atitude irresponsável de Amaral. O time não deixou de contar com um grande futebol, não foi um Andrade, um Carpegiani que deixou o campo. O problema foi a hora em que ele tomou o vermelho. Jogar 80 minutos com um a menos não é bom nunca. Fazer isso na altitude, obrigando cada jogador a jogar por dois, quando o corpo pede que se jogue pela metade, é mortal. Nessas condições, o time foi valente, fez o que pode, e os 2 a 1 contra devem quase ser comemorados.
Mais preocupante para Jayme de Almeida é resolver o efeito colateral deixado pelas saídas de Elias e Luiz Antônio. Antes, devo dizer que o Flamengo teve como melhora em relação a 2013 a montagem do elenco. O técnico tem hoje mais opções. Pode poupar Léo Moura, tem muitos zagueiros e de variados estilos, ganhou qualidade técnica no meio-campo, e pode se dar ao luxo de ter um Alecsandro em boa forma na reserva.
Com relação à criatividade no meio-campo, pouco mudou. Carlos Eduardo não jogava, continua não jogando, e a opção de Everton melhora apenas numericamente – o time passa a ter 11 em campo -, mas não é um nome para chamar a responsabilidade e decidir jogos sozinho.
O que o Flamengo perdeu, e cabe a Jayme achar alternativas, é a velocidade, a dinâmica do jogo. Os dois que saíram eram perfeitos em imprimir um ritmo que confundia os adversários. Sem eles, Paulinho caiu muito, porque corre sozinho e é mais facilmente marcável. Considero Elano uma boa contratação, ele já mostrou que continua sendo uma boa arma na bola parada – nos escanteios e faltas cobradas na área, nos chutes a gol em faltas está uma negação. Também gosto muito de Cáceres, desde os tempos de Libertad – pode não ser um exímio passador, mas marca bem, tem muita raça é aparece nas bolas altas de ataque com enorme competência.
Podem, Cáceres e Elano, ser titulares do Flamengo. Mas, como se viu contra o León e contra o Fluminense, o Flamengo terá que mudar o estilo e passar a jogar bem nessa nova configuração.
Fonte: Entre as Canetas