“Essa Copa é uma m…”. O desabafo é feito por um dirigente do Inter. Não faltam motivos, no entanto, para os demais clubes se voltarem contra o evento. Mais recentemente, um novo combustível para críticas foi acrescido a essa revolta: ao se dirigirem à Rede Globo para sondarem um aumento nas cotas de TV do Brasileirão, receberam a resposta de que não será possível conversar até o fim do Mundial.
O executivo da emissora, Marcelo Campos Pinto, se nega a tratar do assunto nesse momento.
“Estamos vendo, mas, de acordo com o Marcelo, não existe nenhuma chance de iniciarmos uma negociação ou tentarmos qualquer melhoria no contrato antes da Copa do Mundo. Eles alegam que estão gastando muito dinheiro com a competição. Não desistiremos porque temos plena certeza de que a nossa está defasada”, afirma o presidente do Goiás, Sergio Rassi, ao ESPN.com.br.
A sensação é a mesma entre outros times.
A princípio, o que deve ser colocado na mesa pela Globo é a possibilidade de pagamento de luvas que poderiam resultar, segundo o que se comenta, em uma contrapartida com a extensão do próximo contrato de direitos de transmissão. Atualmente, ele se inicia em 2016 e, com o acordo, deixaria de se encerrar em 2018, sendo prorrogado automaticamente até 2019.
O grito de socorro das equipes não é por acaso. Somente o Goiás teve antecipado R$ 12 milhões em cotas em sua gestão anterior. A nova diretoria tem, assim, descontada a quantia de R$ 500 mil mensais desde que assumiu no começo do ano.
O panorama é ainda pior em outros clubes. Alguns convivem com o drama de não terem sequer o que receber na atual temporada.
Durante o último conselho arbitral, realizado na sede da CBF, em fevereiro, diversos cartolas procuraram o executivo da Globo, Marcelo Campos Pinto, para tentar um reforço de caixa. O ‘choro’ é maior dentre aqueles recém-promovidos, que têm direito a somente R$ 18 milhões – R$ 16,2 milhões, com desconto dos impostos.
Esse é apenas mais um episódio relacionado à Copa que deixa clubes e Fifa em lados opostos. A pausa no meio do ano com o prejuízo gerado pela ausência de bilheteria é outra reclamação comum. Existe ainda uma pressão sobre a CBF para tentar adiar a entrega dos estádios que serão utilizados como campos de treinamentos ou em jogos das seleções, conforme revelado semana passada pelo ESPN.com.br.
A Fifa, dizem, assume o futebol no Brasil por praticamente dois meses e não dá nada em troca.
Fonte: ESPN