Perder cinco pontos em dois jogos para o Bolívar é imperdoável, o time boliviano é fraco demais.
O Flamengo se complicou demais na Libertadores. Não quando Samir escorregou aos três minutos em La Paz e teve de cometer pênalti em Ferreira. Não é justo a culpa cair nos ombros no zagueiro de 19 anos.
A diretoria não vai assumir, mas a culpa está no balanço do clube. De verdade os dirigentes não esperavam estar na Libertadores de 2014. A conquista da Copa do Brasil pelo time de Jaime foi um aborto da natureza. A prioridade na Gávea era se livrar da dívida de R$ 750 milhões. E continua sendo.
Quando o clube se classificou para o torneio, os dirigentes sabiam que não haveria dinheiro para grandes contratações. Muito pior. Já a Libertadores já começaria com a saída do melhor jogador.
O clube não teve como comprar Elias do Sporting. Os portugueses acreditavam ser blefe e que no final os brasileiros iriam ceder. Não abriu mão dos 8 milhões de euros, cerca de R$ 26 milhões. De nada adiantou o volante protestar, prometer procurar a Fifa. O clube carioca ficou sem sua referência em campo.
Jayme avisou que o elenco era carente e com jogadores jovens demais para posições fundamentais. O diretor executivo Paulo Pelaipe sabe bem disso. Avisou o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Mas não havia saída. A esperança dos dirigentes estava no carisma da torcida e na superação outra vez do time. Os dirigentes não caíram no canto das sereias dos empresários.
Diego, Robinho, Zé Roberto e Emerson Sheik foram citados possíveis, mas o clube carioca não tinha o que oferecer. Jayme teve de se contentar com Elano liberado pelo Grêmio, o meia argentino Lucas Mugni do rebaixado Cólon e que estava sem fazer um gol há mais de um ano. Fechou com Everton, destaque do Atlético Paranaense atleta que havia passado pela Gávea. Jayme foi avisado que seriam esses seus principais reforços, além da não ida de Hernane para a China porque os empresários do Shangai Greenland quiseram parcelar o pagamento. Se não, o artilheiro iria embora.
Por isso não há clima ruim na Gávea. Perder cinco pontos para o Bolívar é imperdoável. Diante do adversário mais fraco da chave, as duas vitórias seriam fundamentais. Só que veio a derrota de ontem, com o gol de pênalti dos bolivianos. Resultado que incomoda, irrita, mas nem tanto quanto o empate da semana passada em pleno Maracanã.
Não há saída para o time a não ser vencer o Emelec em pleno Equador e o Leon no Maracanã. Só assim a vaga estará garantida para os mata-matas da Libertadores.
Mas Eduardo Bandeira de Mello não está desesperado, muito pelo contrário, há um certo conformismo na diretoria rubro-negra. Os dirigentes sabiam que, sem contratações, não haveria milagres.
É o que está acontecendo. O time está sim à beira da desclassificação. Uma derrota para o Emelec e a Libertadores deverá ser esquecida ao contrário do que poderia se supor, se isso acontecer, nada de caos. Há muita vontade, esperança de seguir na competição. Mas se o Flamengo for eliminado, não haverá caça às bruxas.
Até mesmo o técnico Jayme está protegido, a diretoria sabe que o time convive com seu limite. As dívidas já baixaram de R$ 750 milhões para algo perto de R$ 630 milhões.
Administrativamente o clube vem progredindo e com o futebol gasta o que pode pagar. Por isso o Flamengo tem um time tão limitado. Ou seja, as caças às bruxas estão suspensas na Gávea.
Disputar a Libertadores de 2014 estava fora dos planos, foi um presente de Jayme, da dedicação dos atletas e da torcida. Dentro desse quadro há toda a paciência com Samir, Amaral… Ninguém se esquece do jovem expulso aos 11 minutos de jogo no México e com todos os jogadores nesta Libertadores.
Não há dinheiro para uma reformulação no time, a situação deve melhorar só no final de 2014. Aí sim, o futebol será reforçado. Por enquanto, mesmo ameaçado de eliminação… O Flamengo está no lucro por disputar Libertadores…
Fonte: Blog do Cosme Rímoli
Fonte: Blog do Cosme Rímoli