O Corinthians contratou o reforço dos sonhos, pelo menos de Mano Menezes. Elias. Depois de uma negociação difícil, truncada, agressiva, o clube paulista foi firme com a diretoria do Sporting e venceu o duelo com o Flamengo graças ao apoio do personagem mais importante: o próprio jogador.
Apesar de ter sido muito feliz na Gávea, ele repetia: queria voltar ao Parque São Jorge. Isso pesou. Nem Corinthians e muito menos o clube português, nenhum dos dois querem revelar o valor da transação.
Mas algo foi definitivo, para a transação acontecer, o volante se comprometeu a nunca mais processar o Sporting na Fifa. Ele alega que suas luvas e alguns salários não foram pagos. Cansado de esperar, seu pai e empresário tomou a decisão e processou o clube. Mas para que atuasse no Flamengo, retirou a queixa.
O jogador atuou emprestado no Rio de Janeiro, foi fundamental na conquista da Copa do Brasil. O time está na Libertadores muito graças às suas atuações. Ele estava disposto a ficar na Gávea, mas o Sporting dificultou as negociações e o Corinthians resolveu atravessar o negócio.
De acordo com os dirigentes do Parque São Jorge… Foi um festival de mentiras. Quatro milhões de euros ou cerca de R$ 12,1 milhões seria o preço. Isso por 50% dos direitos do atleta. O clube acertou salários com o volante, mas de repente os portugueses quiseram mais, outros quatro milhões de euros. Esses valores corresponderiam a 50% de quatro revelações da base.
Zé Paulo, Arana, Pedro Henrique e Malcom. O Corinthians não só não aceitou como fez questão de criticar os portugueses. Nos bastidores os dirigentes deixavam claro que a diretoria do Sporting não tinha palavra. Irritados os portugueses deram o troco, disseram à imprensa de Lisboa que o Corinthians estava blefando e que não tinha dinheiro para pagar pelo jogador.
A jogada definitiva veio no site do clube. A equipe paulista mantinha publicamente a sua oferta: quatro milhões de euros, como havia combinado. Nem um centavo a mais. Os portugueses não responderam e a janela se fechou, mas empresários ligados ao Corinthians continuaram a transação contando com a revolta do pai do jogador.
“Fui coagido e enganado pelo Sporting. Nos fizeram abrir mão de dívidas e até da ação na Fifa para liberá-lo. Aceitamos pelo bem do jogador, que queria voltar, mas não deixaram o negócio andar. O sentimento é de muita decepção. O Elias está realmente muito mal.”
Eliseu Trindade deixou claro que iria entrar novamente com o processo e o jogador disse que seguiria treinando na equipe B só para não poder ser processado por abandono de clube, mas não aceitaria jogar nunca mais no Sporting. Ele completará 29 anos em maio.
A direção lusitana finalmente resolveu ceder e hoje a transação foi fechada. Os salários passam a ser pagos pelo Corinthians. E como ele só poderá atuar após a Copa, receberá R$ 50 mil, um salário ‘simbólico’. A partir de julho, quando a janela for aberta, seu salário será outro, nada menos do que R$ 500 mil mensais.
O Corinthians queria um atacante, definidor, mas Mano precisava de um líder, ele não tinha esse jogador no elenco. Sentiu que Sheik não tinha condições ou vontade de assumir a função. Elias fez com muita competência esse papel na Gávea. O treinador ficou impressionado com a dedicação e bom futebol do jogador. Pediu para Mario Gobbi fazer o possível e o impossível para contratá-lo. Elias fracassou na sua passagem pela Europa, no Atlético de Madrid e no Benfica.
“A Europa foi uma enorme desilusão. Tínhamos a certeza de valorização, convocação para a Seleção. Mas ele chegou em dois clubes complicados financeiramente. O Atlético de Madrid também deve dinheiro ao meu filho. Do Sporting não preciso nem falar. A Europa não é essa maravilha que todos sonham…”
O desabafo foi de Eliseu. Ele, o filho e sua família são muito ligadas ao Corinthians. A vontade do jogador em retornar ao Parque São Jorge foi imensa e desequilibrou o duelo com o Flamengo.
Enquanto os cariocas desistiram do negócio, os corintianos, não, foram até o fim incentivados pelo próprio jogador. E o negócio acaba de ser fechado, excelente reforço, em todos os aspectos. Ele volta para a ‘sua casa’, de onde foi embora chorando…
Fonte: Blog do Cosme Rimoli