A arbitragem de Rodrigo Nunes de Sá foi mais que infeliz e justifica as muitas reclamações de Vasco e Flamengo. Confusa, amarrou o jogo no Maracanã. Principalmente, se deixou dominar pelos jogadores.
Mas não interferiu tanto no resultado quanto a postura nada inteligente de Everton Costa, que “pediu” para levar o segundo amarelo depois de tentar cavar de forma patética um pênalti no primeiro tempo. Mais errado ainda o técnico Adilson Batista por não tirá-lo a tempo de evitar o vermelho.
Porque até aquele momento o time cruzmaltino controlava o clássico decisivo. Depois de abrir o placar com Rodrigo logo aos dez minutos, acertou a execução do 4-2-3-1 com marcação forte a partir da própria intermediária e rápida transição ofensiva. Everton Costa e Reginaldo levavam ampla vantagem sobre o improvisado Frauches e Léo e Douglas conseguia acionar Edmilson.
Faltou transformar os 56% de posse de bola em mais finalizações que as três dos primeiros 45 minutos – duas na direção da meta de Felipe. O domínio foi para consolidar o triunfo. Faltou precisão.
O Flamengo frágil e sem velocidade pelos lados, com Lucas Mugni bem vigiado por Guiñazu e Paulinho pouco acionado foi presa fácil. Time muito mexido, sem coordenação no meio com as entradas de Luiz Antônio e Márcio Araújo no 4-2-3-1 habitual armado por Jayme de Almeida.
Melhorou pouco após o intervalo com a entrada de Gabriel no lugar de Mugni. E só virou mudança efetiva com a expulsão e a entrada imediata de Everton, poupado no banco, na vaga de Frauches. Paulinho ganhou liberdade de movimentação como meia central, quase um segundo atacante com Alecsandro, e acertou um chute espetacular sem chances para Martín Silva. A única conclusão no alvo da equipe.
Jayme manteve a ousadia e colocou Negueba no lugar de Léo – também temendo outro cartão para o lateral do árbitro inseguro, que poderia ser pressionado a “compensar” a expulsão vascaína. Luiz Antonio recuou pela direita.
Mas o Fla também recolheu as linhas. Muito provavelmente considerando a vantagem do empate e a decisão com o León pela Libertadores na quarta-feira. Subiu a posse para 49%, mas só finalizou mais uma vez, sem direção.
Também deu chance de recuperação ao Vasco, que havia trocado Reginaldo por Fellipe Bastos para se reagrupar num 4-4-1 básico deixando Douglas à frente e obrigado Edmilson a recompor pela esquerda antes de Adilson trocar o artilheiro do Estadual por Thalles.
No apito final, a impressão de que cada time dominou uma etapa, mas produzindo muito menos do que poderiam e deveriam. O Flamengo pode culpar os desfalques e pensar no torneio continental. O Vasco tem que cobrar de Everton Costa pelo comportamento irresponsável que recolocou o rival no jogo.
Já a final do Carioca exige uma melhor arbitragem. E também um público bem maior que os pouco mais de 26 mil presentes. Condizente, ao menos com a grandeza dos clubes e de suas torcidas.
Fonte: Olho Tático