Basta perguntar sobre as partidas com mando de campo marcadas para fora do Rio que a fisionomia dos jogadores muda. Meio constrangidos, meio desapontados, eles evitam o tom crítico. Mas não perdem a deixa para dizer que, por eles, todos os compromissos seriam no Maracanã. Até julho, o Flamengo só deve fazer dois jogos no Rio, o que traz dinheiro, mas dá à comissão técnica a missão de reduzir o prejuízo técnico.
— Ah, eu não vou falar sobre isso porque é uma postura da diretoria — lamentou Alcesandro, para em seguida dissertar sobre o assunto:
— É lógico que não tem como nós jogadores escondermos que a opção de jogar no Maracanã é sempre bem-vinda, e com certeza é opinião de todos os jogadores a preferência por jogar no estádio.
Embora não tenha lotado o Mané Garrincha, o duelo com o Goiás teve boa arrecadação (R$ 1.144.515,00), como também tiveram a maior parte dos jogos do Flamengo no estádio. No ano passado, a diretoria levou sete jogos do clube para Brasília e arrecadou R$ 13.123.610,00 brutos.
No entanto, o baixo aproveitamento na capital nacional mostra que a balança não é equilibrada. Nestas mesmas sete partidas, o Rubro-negro conquistou 10 dos 21 pontos disputados.
— Isso aí é com eles (da diretoria). A gente não se envolve nessa parte. Somos funcionários, temos que acatar as ordens. Se a ordem é jogar fora porque no momento (o clube) precisa desse dinheiro, então a gente só tem que chegar lá e jogar — afirmou o goleiro Felipe.
Dos próximos quatro jogos como mandante, o Flamengo deve fazer apenas um no Rio (Palmeiras, dia 4). A tendência é que o time viaje para Natal, Cuiabá e Uberlândia. Tudo em nome do dinheiro.
— É uma posição da diretoria e a gente vai ter que respeitar. Se for para o bem do clube nós vamos jogar em Brasília, Manaus, Roraima, Natal… Onde quer que seja tem que jogar e para ganhar — finalizou Alecsandro.
Fonte: Extra Globo