Com time melhor, com time pior, sempre vê o Flamengo superá-lo.

Compartilhe com os amigos
Imagine 26 anos de sofrimento. Pensou? O cara sofreu nas mãos do rival durante todo esse tempo por conta de decisões e decisões perdidas. Com time melhor, com time pior, sempre vê o adversário superá-lo na final. Pois foi o que o vascaíno passou. E isso ia acabar. Faltavam poucos minutos: o Vasco tinha a vantagem no placar, e o Flamengo parecia morto. Só que não deu.
Nos acréscimos, Márcio Araújo marcou o gol de empate e do título rubro-negro em bate-rebote na área. Sua posição era claramente de impedimento. Após a cabeçada de Wallace, ele completou para o gol. Foi só mais um dos vários erros do trio de arbitragem comandando por Marcelo de Lima Henrique.
Ele conseguiu piorar um clássico que não tinha um bom nível técnico. Sejamos sinceros, o Vasco é um time limitado, e ainda tinha os desfalques de Edmílson e Everton Costa. O Flamengo também não é lá essas coisas, o que pode ser demonstrado pela eliminação na primeira fase da Libertadores.
Mas o Vasco queria mais essa taça, essa vingança. Entrou com muito mais disposição e dominou a posse de bola. Faltava condição técnica para de fato ameaçar o Flamengo. Tanto que o rival era melhor nos contra-ataques e esteve mais perto de chegar ao gol. Isso em um primeiro tempo bem ruim, abaixo dos padrões do que se esperaria de grandes times brasileiros.
Mais fraco do que a partida era o juiz. Deixou de expulsar Luan em entrada em arrancada de Everton. Permitiu um show de cotoveladas, entradas duras, etc. Distribuía cartões amarelos e se mostrava um banana.
A segunda etapa trouxe a emoção. O Flamengo, de novo, era mais ameaçador, apesar de jogar recuado à espera do rival. Só que as duas expulsões dos dois lados, Chicão e André Rocha, foram favoráveis ao Vasco.
A equipe cruzmaltina foi para cima e tinha a grande vantagem de contar com dois jogadores ruins na defesa rival, André Santos e Erazo. A pressão era desorganizada, mas surtia efeito. Até que o zagueiro equatoriano – inacreditável que um jogador deste nível vá atuar na Copa-2014 – cometeu pênalti e o árbitro acertou. Douglas bateu bem e botou o Vasco em vantagem.
Parecia que o resultado estava decretado. A torcida do Vasco dominava o Maracanã, gritava mais, e até cantava olé. Mas parece que essa soberba pesou, assim como ocorreu em várias outras vezes para os alvinegros.
Desorganizado, o Flamengo foi para cima. E o clássico se mostrou, de novo, imprevisível. Assim como Petkovic ganhou um título aos 43min do segundo tempo, Márcio Araújo, nos acréscimos, fez o gol que empatava a partida e dava a taça ao time rubro-negro. Era a vez de a torcida do Flamengo gritar vice de novo.
Os dois gols e o sentimento de vingança fizeram ressurgir o Estadual nestes últimos dois jogos, apesar dos baixos públicos – cerca de 50 mil na final não são dignos dos dois times.  Lembre-se: em 2001, o Fla conquistou o título com o gol de falta lindo de Petkovic. Agora, foi em gol irregular de Márcio Araújo. Sintomático do enfraquecimento do futebol do Rio. Neste domingo, cabe apenas aos rubro-negros relembrar o tabu, de novo, de novo, de novo. Com um disco que se repete.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos
Compartilhe com os amigos

Veja também