Quando um time ganha, é comum vermos o discurso pronto do treinador após o jogo dando todos os créditos a seus jogadores. Se perde, é diferente: “Eu sou o responsável”, dizem todos os comandantes, preservando sua equipe.
Responsabilidade não se delega. O técnico de futebol é pago para definir uma filosofia de jogo, montar a equipe, treiná-la e escalá-la. É responsável por suas decisões e, no fim, pelo resultado da partida. Quando ganha e quando perde. Isso mesmo. O time pode perder por culpa de um ou outro jogador, mas a responsabilidade sempre vai ser de uma só pessoa: o “professor”.
Ontem o responsável foi também um dos culpados junto com Léo Moura, o capitão. Sua primeira lição: como escalar mal. A ansiedade pelo encontro com o antigo chefe, talvez tenha tido o efeito da amnésia em sua mente “criativa”. Esqueceu que a famigerada decisão de escalar o horroroso André Santos como meia armador, ideia “genial” do professor Mano, já havia se mostrado uma aberração incorrigível. Não sei se para agradar o colega ou provar que com ele funcionaria, Jayme repetiu o erro. (Na minha terra, isso tem nome…).
Registro que o improviso não foi por falta de opção. Temos no time, gostem ou não, dois meias típicos: Mugni e Mattheus. O primeiro, apesar de estar em fase de adaptação, já demonstrou ser um bom jogador e é especialista. Para que improvisar, se há jogador da posição para jogar? Alguns vão dizer: ele ainda não está pronto! Vai ficar pronto sentado no banco? Nunca vi. O segundo, esse sim ainda não mostrou nenhum futebol que o credencie e ser titular num jogo desta importância. Mas ainda assim, seria melhor do que André Santos
Segunda lição: como substituir mal. Contando com a contribuição do Léo Moura, em péssima tarde, expulso numa jogada irresponsável, o pacato treinador teve a brilhante ideia de, no intervalo, substituir Alecsandro, o artilheiro do time, única esperança possível de gol no jogo, pelo medíocre Nixon. Qualquer possibilidade de reação foi enterrada ali.
Quando um traço de lucidez passou pela cabeça do Jayme, era tarde. Ao lançar Mugni no lugar do lento, apagado, desinteressado e fraco André Santos o time melhorou (coincidência?). O Flamengo ganhou posse de bola, qualidade de passe e algumas chances de gol. Faltava o artilheiro, que o treinador tirou do time.
Por mais uma das inúmeras falhas de marcação, muito por falta de preparo físico para acompanhar o ataque adversário e o improviso necessário pela expulsão de nosso lateral direito, levamos o segundo gol , a derrota para casa e uma vaquinha na zona de rebaixamento.
Uma derrota que escancara a falta de qualidade técnica, tática e física de nossos jogadores e a falta de visão daquele que foi elevado por nós torcedores e parte da imprensa a técnico de ponta após ganhar a Copa do Brasil no ano passado, mas, infelizmente, tem se mostrado apenas mais um ex-jogador que pensa ser capaz de sentar no banco de reservas para comandar uma equipe de futebol.
A culpa não foi só sua, Jayme. Você tem tido a companhia de vários jogadores. Ontem, do seu capitão e de um grupo de atletas cansados (não sei de que) que olham os adversários jogarem de forma apática e desorganizada. Mas o responsável foi e sempre será você. Errou na escalação e nas substituições. Foi m ais uma lição de como se perde uma partida. Até a próxima aula.
FLAVIEW