A tentativa do Flamengo de antecipar a saída de Carlos Eduardo não amenizará o custo milionário do jogador até o término do contrato, em junho. O LANCE!Net teve acesso com exclusividade a documentos que mostram o valor exato desembolsado pelo clube para o ter o meia: R$ 10.883.979,00 no período de 18 meses.
O número, uma afronta à austeridade financeira pregada pelo clube, revela não apenas um salário alto para os padrões rubro-negros como também o pagamento de quase R$ 1,2 milhão em comissões, fato que contrapõe a ideia vendida pelos dirigentes de empréstimo gratuito do Rubin Kazan (RUS).
Por mês, Carlos Eduardo recebe, na carteira, R$ 250 mil e mais outros R$ 10 mil de auxílio moradia. Além disso, mais R$ 278 mil relativos a direitos de imagem. No total, R$ 538 mil brutos.
A imagem é paga à empresa do jogador, conforme registrado em documento de pagamentos do Flamengo ao qual o L!Net teve acesso.
Mais do que arcar com o maior salário do elenco de um jogador que atuou neste período 49 vezes e marcou só um gol, o clube parcelou em 17 vezes os R$ R$ 1.199.979,00 que dizem respeito a comissões.
O curioso, além do alto valor, é a forma como a gratificação é paga. Cinco empresas recebem valores que variam entre R$ 3 mil e R$ 29 mil, conforme mostra o documento obtido da contabilidade.
A reportagem levantou o nome de todos os responsáveis pelas empresas – três em Porto Alegre e duas em São Paulo – e não constou o nome do empresário do jogador, Jorge Machado, que intermediou o negócio no fim de 2012.
O L!Net apurou que uma delas, a NBK Sports Ltda, ligadas a Luis Fernando Pereira Neves e Antonio Boutros El Khouri, tem relação com Machado. El Khouri é um dos operadores do escritório do empresário em São Paulo.
A empresa que recebe a maior quantia, por sua vez, a Ge Assessoria Esportiva Ltda, tem endereço em um condomínio residencial no bairro de Vila Anastácio, na capital paulista. Procurado pela reportagem, Jorge Machado não atendeu às ligações da reportagem na tarde da última terça-feira.
FLAMENGO PREFERE NÃO COMENTAR
O valor dos vencimentos de Carlos Eduardo e o pagamento de comissões a cinco empresas foram questionados pelo L!Net ao Flamengo. E o clube, por meio da assessoria de imprensa, disse que não iria comentar o assunto.
A contratação de Carlos Eduardo, sugerida pelo diretor Paulo Pelaipe, foi o negócio mais questionado até o momento da gestão de Eduardo Bandeira de Mello.
Apesar de ter indicado, Pelaipe recebeu aval do vice de futebol, Wallim Vasconcellos, para aumentar os valores de salários e comissões. Isso porque Santos e Fluminense disputaram o jogador com o Rubro-Negro em dezembro de 2012.
Paulo Pelaipe chegou a ir até Porto Alegre negociar com Machado, empresário com o qual tem relação estreita desde a época de Grêmio.
O curioso é que o Flamengo, quando acertou com o jogador, fez questão de dizer que não estava pagando um salário de R$ 500 mil a Carlos Eduardo e enaltecia o fato de o empréstimo ter sido gratuito, omitindo o valor das comissões.
Fonte: Lancenet